A Prefeitura do Rio de Janeiro revelou neste sábado (05), por meio da Secretaria Municipal de Fazenda, que fará um memorial em homenagem à cultura congolesa e africana nos quiosques Biruta e Tropicália, na Barra da Tijuca, local onde o congolês Moïse Kabagambe, de 24 anos, foi espancado até a morte por três homens.
MPT quer saber se Moïse, congolês espancado até a morte, era vítima de trabalho escravo
De acordo com a gestão municipal, durante as investigações do crime, o contrato de concessão com os atuais operadores dos quiosques está suspenso. Ainda conforme a administração, “caso se comprove que eles não têm qualquer envolvimento no crime, a Orla Rio discutirá a transferência dele para outro espaço”.
Família da vítima irá cuidar do local
Em entrevista ao jornal “O Globo”, Rodrigo Mondego, advogado da família do congolês, revelou que a prefeitura ofereceu a gestão do quiosque em questão para eles. Segundo o defensor, a família aceitou e vai gerir o local que servirá para deixar viva a memória da vítima.
Manifestação
Além da notícia sobre o memorial, o sábado também foi marcado por protestos por conta da morte de Moïse. Centenas de pessoas se reuniram em atos que começaram em frente ao quiosque onde a vítima foi morta a pauladas e se espalharam pela capital carioca.
Nas manifestações, as pessoas levaram cartazes dizendo que “vidas negas importam”, frase que ficou famosa durante os protestos pela morte de George Floyd, americano assassinado em 2020 por um policial branco.
A morte de Moïse
Moïse foi morto na segunda-feira passada (24) no Rio de Janeiro e seu corpo foi achado amarrado em uma escada. Segundo as informações, ele trabalhava por diárias em um quiosque na Zona Oeste da cidade.
Em depoimento, a família dele afirmou que o jovem foi morto após ter sido brutalmente agredido por ter cobrado dois dias de pagamento atrasado – essas pessoas afirmam que o valor cobrado era de R$ 200.
Assim como publicou o Brasil123, os três homens que espancaram o rapaz até a morte foram presos temporariamente na última terça-feira (01). Segundo a Polícia Civil, que já ouviu mais de dez pessoas, incluindo os donos dos quiosques onde o congolês trabalhou, a motivação do crime ainda não está totalmente esclarecida.