O Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio de Janeiro revelou na sexta-feira (04) que abriu um inquérito para investigar se o congolês Moïse Kabagambe, espancado até a morte no dia 24 de janeiro, trabalhava em condições análogas à escravidão no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, na capital carioca.
Segundo o MPT, uma denúncia apontou para um possível trabalho sem o reconhecimento de direitos trabalhistas, o que pode, de acordo com o órgão, até mesmo configurar o trabalho em condições análogas à de escravo. Isso, segundo o Ministério Público do Trabalho, na modalidade trabalho forçado, xenofobia e de racismo.
A morte de Moïse
Moïse, de 24 anos, foi morto na segunda-feira passada (24) no Rio de Janeiro e seu corpo foi achado amarrado em uma escada. Segundo as informações, ele trabalhava por diárias em um quiosque na Zona Oeste da cidade.
Em depoimento, a família dele afirmou que o jovem foi morto após ter sido brutalmente agredido por ter cobrado dois dias de pagamento atrasado – essas pessoas afirmam que o valor cobrado era de R$ 200.
Imagens de câmeras de segurança mostram uma briga entre o congolês e outros homens que estavam no quiosque e supostamente tentaram defender o dono do local. “Ele teve um problema com um senhor do quiosque do lado, a gente foi defender o senhor e infelizmente aconteceu a fatalidade dele perder a vida”, disse em um vídeo Alisson de Oliveira, acusado de ter participado das agressões.
Assim como publicou o Brasil123, os três homens que espancaram o rapaz até a morte foram presos temporariamente na última terça-feira (01). Até o momento, informou a Polícia Civil, mais de dez pessoas já foram ouvidas, incluindo os donos dos quiosques onde o congolês trabalhou. A entidade afirma que, apesar das informações, a motivação do crime ainda não está totalmente esclarecida.
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