Preso nesta quinta-feira (10) durante uma operação que teve como foco desarticular uma milícia do Rio de Janeiro, Maurinho do Paiol (PSD), que é vereador e vice-presidente da Câmara de Nilópolis, uma cidade carioca, prometeu que teria uma reação violenta contra grupos inimigos.
A informação foi divulgada pela Polícia Federal (PF) que, em uma conversa interceptada, flagrou o vereador, um agente da Polícia Militar (PM) aposentado e suposto chefe do braço da milícia do irmão de Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto no ano passado, fazendo as ameaças.
“Se machucar um da gente, amigo, vai ter banho de sangue. […] Vai ter que matar os quatro. Não adianta matar só um só e ficar”, disse o vereador, que não especificou na gravação quem seriam os inimigos em específicos. Em nota, o PSD informou que expulsará Maurinho do Paiol. Além do vereador, mais dez pessoas foram presas. Destas, quatro são agentes da Polícia Militar.
Vereador duvidou ser alvo de uma ação
Segundo a PF, o vereador foi preso enquanto estava em sua casa. Quando foi abordado, ele duvidou que os agentes eram mesmo policiais, pensando que estava sendo vítima de um ataque.
“Identificação!”, teria gritado Maurinho do Paiol. “Identificação é o c*ralho! Senta aí com a mão na cabeça!”, respondeu um policial que participou da ação, foi feita em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
Após a prisão, Leandro Oliveira, advogado do vereador, divulgou uma nota negando que seu cliente seja integrante de alguma milícia e afirmando que o parlamentar está sendo vítima de acusações infundadas.
“Uma surpresa muito grande. O Maurinho, infelizmente, vem sofrendo vários ataques nesse sentido, de denúncias infundadas, sem provas. São outros processos que já aconteceram e já resolvemos, e esse é mais um”, disse o defensor.
Milícia foco da operação
Segundo a PF, a milícia, que teria o vereador como chefe, possui como principais atividades a exploração de serviços irregulares de internet, conhecidos como gatonet. Além disso, a organização também lucra com a venda de botijões de gás, com o comércio ilícito de cigarros e com o controle sobre pontos de mototáxi, com a cobrança de taxas.
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