A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (10), uma operação que teve como objetivo desarticular um grupo criminoso acusada de atuar dentro e fora das prisões do estado do Amapá. De acordo com a entidade, as investigações mostram que os crimes eram cometidos com a ajuda de agentes públicos, que facilitavam a entrada de objetos proibidos nas penitenciárias.
PF deflagra ação contra grupo suspeito de falsificar de diplomas de Universidades Federais
Em nota, a entidade revelou que foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em residências e também na empresa de um dos investigados.
Além disso, cinco mandados de prisão foram cumpridos contra suspeitos de participarem do grupo. Destes, dois são policiais penais, e um empresário do ramo alimentício. Os outros dois são um nutricionista e a esposa de um detento. Essas ordens, informou a Polícia Federal, foram cumpridas em Macapá, capital do estado.
As investigações da PF
Segundo o órgão federal, as investigações começaram após a prisão da gerente da cozinha do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) e de um detento pela tentativa de entrada de colocar 11 quilos de drogas, 48 celulares, um revólver e 66 munições dentro de uma penitenciária de Macapá. Isso, em fevereiro deste ano.
De acordo com a entidade, as diligências apontaram que a mulher foi uma das responsáveis pela entrada do material pela cozinha do complexo. “Ela manteve ocultado até o dia em que foi descoberta, enquanto o detento teria a incumbência de fazer chegar nos pavilhões”, revelou a PF.
Na ação, as investigações constataram o forte indício de que haveria a participação de um policial penal no caso. “No dia dos fatos, o agente saiu do seu posto de trabalho, se dirigiu para a sala de scanner, e no local, deliberadamente, não ligou o sistema de gravação de passagem dos objetos”, informou. Além dele, um outro agente não inspecionou o carro que chegou com o material ilícito e, por isso, também passou a ser visto como suspeito.
Mais crimes
Não suficiente, a PF também constatou indícios de que houve uma fraude no contrato que diz respeito à contratação de prestação de serviço de alimentação dos presos.
Isso porque a entidade apurou que fatos que mostram o superfaturamento no contrato de prestação alimentícia do Iapen para o pagamento de vantagens indevidas para um servidor do sistema penitenciário. Não suficiente, também foi apurado que alguns presos estavam recebendo uma alimentação diferenciada para alguns presos, sem justificativa para isso.
Por fim, a Polícia Federal revela que, por conta das suspeitas, os acusados poderão responder por inúmeros crimes como tráfico de drogas, associação para o tráfico, organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e prevaricação, podendo pegar uma pena de 48 anos de prisão.
Leia também: PF começa a investigar declaração de Bolsonaro sobre vacina da Covid-19 estar associada à Aids