A campanha eleitoral de Jair Bolsonaro, em 2018, ainda rende muitas desconfianças por parte do poder público. A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) enviou nesta quarta-feira (02) uma solicitação ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a reabertura de uma investigação sobre supostas irregularidades na campanha do presidente.
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De acordo com a PGE, a solicitação vem por conta dos novos indícios de que a campanha do chefe do executivo federal usou disparos de mensagem em massa pelo WhatsApp para favorecer a candidatura de Bolsonaro.
No pedido, o vice-procurador-geral Eleitoral, Renato Brill de Goés, também cita abuso de poder econômico por parte do atual presidente e também do vice Hamilton Mourão (PRTB).
Dono da Havan é citado
O pedido da entidade também defende a quebra de sigilo bancário e fiscal do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan e de mais quatro empresas brasileiras. O pedido quer ter acesso aos dados de 1º de julho a 30 de novembro de 2018. Para a PGE, Hang é suspeito de financiar os disparos ilegais.
Além dos empresários, também estão sendo investigadas as empresas Quick Mobile, Yacows, Croc Services e SMS Market, que teriam realizado os disparos em massa pelo WhatsApp.
Ao pedir a reabertura das investigações, Goés cita a existência de um fato novo: informações prestadas pelo WhatsApp, em 20 de novembro de 2019, apontando “comportamento anormal, indicativo do envio automatizado de mensagens em massa”, em relação a empresas cujos sócios são investigados.
“É incontroverso que o surgimento dessa relevante informação superveniente – que converge harmonicamente com os fatos narrados na representação inaugural – consiste em indícios suficientes para a revisitação da decisão de indeferimento das medidas cautelares requeridas pela coligação representante”, complementou.