A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (17) uma operação que tem como foco investigar um grupo criminoso supostamente responsável por fraudes milionárias no Seguro Desemprego do Pescador Artesanal (SDPA), benefício que também é conhecido como Seguro Defeso.
Segundo a corporação, o grupo teria desviado aproximadamente R$1,520 bilhão em pagamentos de benefícios que haviam sido solicitados em 1.340 cidades do Brasil. Em nota a PF relatou que os agentes da entidade foram às ruas para cumprir 180 mandados de busca e apreensão nos seguintes estados:
Bahia;
Ceará;
Goiás;
Rio Grande do Sul;
Pernambuco;
Piauí;
Maranhão;
Minas Gerais;
Tocantins;
Santa Catarina;
São Paulo.
Ao todo, são 42 servidores públicos na mira da PF: 36 do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) e seis da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap) atuantes no Pará.
Na residência de um deles, informou a corporação, foi encontrada uma maleta cheia de documentos que podem ajudar na operação, que não teve mandado de prisão expedido.
Investigações da PF
Segundo a Polícia Federal, as investigações sobre o caso começaram em 2020, quando a entidade passou a apurar indícios de fraudes na inserção dos dados no registro geral do pescador.
Conforme as apurações, foram pelo menos 102 certificados digitais irregulares expedidos em nome de servidores públicos que são alvo da operação e agiam com o auxílio de colônias, sindicatos e associações de pescadores.
Ao todo, esses suspeitos fizeram cerca de 436 mil pedidos de Seguro Defeso. Para poder fazer essas solicitações, os investigados usaram por volta de 400 mil Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) diferentes.
Por fim, a Polícia Federal relatou que os alvos da operação desta quinta são investigados por crimes como estelionato, participação em organização criminosa, falsificação de documento público, uso de documento falso, inserção de dados falsos em sistemas de informação, corrupção passiva e corrupção ativa.
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