A Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) anunciou nesta quarta-feira (02) que está buscando voluntários no Brasil para testar uma vacina contra o HIV. De acordo com a universidade, o estudo, chamado Mosaico, iniciado há cinco anos, está sendo desenvolvido em cooperação por instituições de diversos países.
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De acordo com o estudo, até o momento, as pessoas que receberam a vacina conseguiram produzir satisfatoriamente anticorpos e imunidade contra a infecção. A pesquisa já foi aprovada pela fase pré-clínica, animal, e fases 1 e 2 em humanos.
Quem pode ser voluntário
No Brasil, os voluntários devem ser homens gays ou bissexuais cisgêneros e homens ou mulheres transexuais entre 18 e 60 anos. Os interessados podem entrar em contato com o Programa de Educação Comunitária da USP pelo Instagram ou pelo e-mail agendamento.estudos@gmail.com.
A tecnologia empregada na vacina em desenvolvimento é a de vetor, em que são injetadas informações genéticas de proteínas do HIV dentro de um outro vírus, inofensivo a seres humanos.
Quando o indivíduo é vacinado, o vírus inserido no organismo se multiplica, fazendo com que o corpo receba as proteínas que foram injetadas em seu material genético. Assim, o vacinado produz resposta imune contra proteínas do vírus inofensivo e também contra as do HIV.
O HIV no Brasil
Nesta terça-feira (01), foi celebrado o Dia Mundial da Luta Contra Aids. De acordo com o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2020, feito pelo Ministério da Saúde, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil atualmente.
O documento consolida dados de diagnósticos e infectados no ano passado e compara os casos dos últimos anos no país. Segundo a pasta, do total de pessoas que possuem o vírus da Aids, 89% foram diagnosticadas com a doença, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual, já que têm carga viral indetectável.
Até outubro de 2020, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento com o antirretroviral. Em 2018, o número de pacientes que realizavam esse tratamento era de 593.594 pessoas.
Atualmente, o maior número de casos da doença viral está entre os jovens de 25 e 39 anos. Ao todo são 492,8 mil casos dos quais 52,4% são do sexo masculino e 48,4% são do sexo feminino.