O setor de turismo registrou uma perda de 49,9 mil estabelecimentos com vínculos empregatícios de março a agosto deste ano. Os impactos da pandemia da Covid-19 provocaram isso. O número equivale a 16,7% dos negócios que estavam em funcionamento antes do início da pandemia. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismos (CNC) divulgou os dados nesta segunda-feira, dia 5.
De acordo com o levantamento, todos os segmentos turísticos tiveram retração nestes seis meses. O destaque ficou para os serviços de alimentação fora de casa, como restaurantes e bares. Em suma, houve uma queda de 39,5 mil estabelecimentos em comparação ao período anterior à pandemia. Em seguida, veio o segmento de hospedagem em hotéis, pousadas e similares, com 5,4 mil negócios a menos. Transporte rodoviário e agentes de viagens também fecharam 1,7 mil e 1,5 mil estabelecimentos, respectivamente.
Segundo a CNC, o setor de turismo tem sido o mais afetado pela pandemia. Além disso, não há grandes expectativas para uma retomada forte nos próximos meses. Isso acontece devido ao caráter não essencial do consumo desses serviços. Ou seja, o rígido protocolo que envolve os serviços desta natureza é mais um fator para retardar a recuperação do setor. Por fim, para o ano de 2020, a CNC faz uma projeção de 42,7 mil estabelecimentos a menos.
Os empregos no setor também tiveram forte queda
Ao mesmo tempo, o fechamento dos estabelecimentos afetou diretamente os empregos no setor. De março a agosto deste ano, 481,3 mil postos formais de trabalho foram eliminados, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Esse índice representa uma redução de 13,8% das pessoas ocupadas nessas atividades. Em suma, os segmentos de agências de viagens caíram 26,1%. Ou seja, 18,5 mil empregos a menos. Hotéis, pousadas e similares também apresentaram grande retração, de 23,4%, o que equivale a uma redução de 79,9 mil postos de trabalhos.
A CNC ainda afirma que o setor de turismo explorou apenas 26% do potencial que possui para geração de receitas. De acordo com o levantamento, o percentual é resultado de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para compor o índice, a CNC também levou em consideração o histórico dos fluxos de passageiros e aeronaves nos principais aeroportos do país.
Veja detalhes das perdas no setor de turismo entre os Estados
Também houve variações negativas em todas as unidades federativas. As maiores quedas no número de estabelecimentos com vínculos empregatícios aconteceram em São Paulo, com 15,2 mil negócios a menos. Minas Gerais (-5,4 mil), Rio de Janeiro (-4,5 mil), Paraná (-3,8 mil), Santa Catarina (-3,8 mil) e Bahia (-2,2 mil) completaram a lista dos seis estados mais afetados pela pandemia. Por outro lado, Acre, Roraima e Amapá tiveram uma retração bem menor, com 0,1 mil estabelecimentos a menos.
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