Com o relaxamento da quarentena em diversas regiões do Brasil, muitas pessoas comemoraram poder voltar a fazer seus treinos ao ar livre (ou em academias, onde elas já reabriram). Contudo, precisamos lembrar que ainda existe a obrigatoriedade do uso de máscara para se proteger do coronavírus, e ela trouxe um complicador: a dificuldade de respirar deixa as atividades mais difíceis do que eram antes da pandemia.
“Sinto que falta oxigênio quando corro ou pedalo de máscara”, contou ao portal UOl Rodrigo Jesus da Silva, de 39 anos, que há vários anos pratica exercícios ao ar livre. Você também sente isso? Essa percepção está certa. De acordo com Franco Martins, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, isso acontece pois a máscara é uma barreira física e diminui a oferta de oxigênio — que é um “combustível” dos músculos durante a atividade física — para o organismo, exigindo maior esforço do sistema respiratório para captar o ar, o que torna o exercício mais complicado e pode antecipar a fadiga.
Como diminuir o desconforto
Como em grandes cidades treinar sem máscara não é uma opção neste atual cenário (o uso do acessório na rua é obrigatório em muitos municípios, além do que a máscara é importante para proteger você e todos ao seu redor da Covid-19, o indicado para minimizar desconfortos é pegar leve nos treinos e reduzir a intensidade.
De acordo com Sérgio Maurício, médico do esporte e ortopedista pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o ideal é manter um ritmo leve a moderado em atividades aeróbicas como corrida, ciclismo e caminhada. “Sugiro que nesse momento o atleta use a percepção de esforço em vez do monitor cardíaco para controlar a intensidade do treino, já que a máscara é um fator limitante e pode alterar os batimentos cardíacos”, indica Mauricio.
Em exercícios predominantemente anaeróbicos (como musculação), uma boa opção para dosar a intensidade sem precisar diminuir tanto a carga é aumentar o tempo de descanso entre as séries dos exercícios. O pneumologista Franco Martins alerta que, independentemente da atividade física, é muito importante prestar atenção aos sinais do corpo durante o exercício. “Se o atleta começar a sentir sonolência, redução da concentração ou fadiga e falta de ar excessiva, deve interromper o treino”.
Qual a melhor máscara para treinar?
O médico do esporte Sérgio Maurício, que também é triatleta, testou alguns modelos em seus treinos, incluindo uma máscara PFF1 e uma “bandana multiuso” vendida como propícia para a prática esportiva, que pode ser usada para cobrir a boca e o nariz. “Não fiz um teste científico, mas pela minha experiência recomendo proteções com tecido de algodão ou sintéticos (como o de máscaras caseiras e bandanas) ou até mesmo a máscara descartável de TNT”. Pois, com a PFF1 senti que a corrida ficou mais difícil”.
Como se proteger do coronavírus nos treinos
- Troque a máscara se ela estiver molhada;
- Não toque a boca, nariz e olhos;
- Evite aglomerações;
- Não saia de casa se tiver algum sintoma.