Prestes a completar três meses da morte de Paulo Gustavo, Thales Bretas desabafa sobre paternidade e como vem lidando com a falta do marido. O dermatologista publicou um vídeo em seu Instagram onde revela que sempre sonhou em ter filhos e como conhecer o humorista alimentou ainda mais essa vontade.
Thales Bretas desabafa sobre paternidade
Na gravação, Thales revela que temia realizar seu sonho de ser pai, por conta do preconceito social. “Eu sempre sonhei ser pai, construir família. Quando me descobri gay, esse sonho foi ameaçado pelo preconceito da sociedade. E eu cheguei a acreditar que esse sonho poderia não ser possível para mim, só que aí eu conheci Paulo Gustavo e tudo mudou, porque também tinha o desejo de ser pai”, conta.
Portanto, as coisas começaram a mudar na cabeça do médico. “Juntos, a gente viu uma força que poderia quebrar esse paradigma da família tradicional. Depois que a gente se uniu, percebeu que o que importa é o amor. E ter filhos era só multiplicar o amor que a gente já era. E a gente conseguiu trazer à vida os frutos do nosso amor, que são Gael e Romeu, dois meninos”, relata, ainda.
Mesmo com o sonho realizado, Thales relata os desafios de ser pai em uma relação homoafetiva: “Foi a experiência mais linda e desafiadora do nosso casamento. Dois filhos para dois pais. E eu tive o privilégio de viver essa realidade por quase dois anos. Agora, só tem eu, e é uma responsabilidade diferente ser pai sozinho”, desabafa.
Criação dos gêmeos
Ademais, Thales revela como pretende criar Romeu e Gael e as crianças poderão expressar sua sensibilidade abertamente. “Eu, desde criança, sou muito sensível e era chamado de chorão. E eu cheguei a pensar que a minha sensibilidade era por eu ser gay, mas isso também é um preconceito que passam pra gente. No fim das contas, a sensibilidade não é nem masculina, nem feminina. Aí que eu percebi que ser homem é também sentir, porque o ser humano sente. E é assim que eu quero criar meus filhos, sendo fortes o suficiente para se sensibilizarem”, afirma.
Por fim, o dermatologista relata o que vem enfrentando desde a morte do parceiro. “Pra mim, não existe pai gay. Existe ser pai. E ser pai é cuidar, educar, acolher, crescer junto. Então, não tem diferença se é homo ou heterossexual. Não muda nada. O que transforma é o amor. E eu há dois anos me esforço ao máximo para ser esse pai para os meus filhos. Eu fico exausto e preenchido. É uma sensação louca continuar vivendo mesmo depois de perder meu grande amor. Eu acordo e levanto. Não tem outro jeito, a vida se impõe. Aí eu olho para os meus filhos, para a minha família, para os meus amigos, para as minhas lembranças e continuo. Por eles, por mim e pelo Paulo, para sempre”, conclui.