Thaila Ayala desabafou em entrevista à revista Marie Claire, nesta quarta-feira (14), sobre os diversos traumas que sofreu em sua infância, inclusive abusos sexuais. A atriz, hoje aos 36 anos de idade, está grávida de Teresa, fruto da união com Renato Góes. Eles ainda são pais de Francisco.
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“Sofri alguns abusos que eu não me sinto tão a vontade de falar, aliás, eu nunca nem falei. Mas abusos sexuais mesmo na minha infância, com pessoas próximas. Tive muitos traumas. Vi minha mãe sofrer muito de todas as formas: abuso no trabalho, em casa, na família… Um familiar tentou violentar minha mãe”, revelou a jovem, que teve uma infância bastante conturbada.
O pai de Thaila, inclusive, era um alcoólatra: “Ele era muito agressivo, teve muita violência dentro de casa. Com a gente também, mas principalmente com a minha mãe, que sempre entrava na frente para nos defender. Eu acho que ver a minha mãe lutando por essa família o tanto que ela lutou, aceitando tantos absurdos, não só pela gente, mas porque realmente amava profundamente o meu pai; ver essa mulher sendo quebrada diariamente, me trouxe o medo de repetir, de fazer o mesmo, de não ser capaz de ter uma família”.
“Ele abandonava a gente para viver com outras mulheres. Então voltava, sumia, voltava de novo… Até que foi de vez e um tempo depois ele se matou”, complementou ela.
Thaila passou por dificuldades financeiras na adolescência
Com a partida do pai de casa, antes dele falecer, Thaila e as irmãs tiveram que praticamente se criar sozinhas já que a mãe se desdobrava para sustentá-las em diversos empregos: “Vim de uma família muito pobre, pobre mesmo. Minha mãe trabalhou como empregada doméstica a vida toda. Eu comecei a trabalhar de babá com 13 anos para ajudar em casa. Minhas irmãs trabalhavam de empregada, babá ou o que pintava. Quando meu pai foi embora, não dava um real de pensão e minha mãe teve que trabalhar dia e noite para sustentar as três filhas. Tive muita falta dela na infância, me senti absurdamente abandonada”.
“Mas não foi por falta de amor. Hoje com a análise consigo entender que não foi culpa dela, ao contrário, ela fez milagre para sustentar as três filhas. Mas eu não tive a presença, não tive esse afeto, esse acolhimento. Então acho que toda essa falta, toda essa infância turbulenta e traumática foi o que realmente me derrubou. Um mergulho inconsciente louco, me levou para a necessidade de reformular tudo, fazer tudo diferente”, pontuou ela, que diz que o marido, Renato, sempre teve pais presentes, diferente dela.
Tanto que a relação com a mãe continua complexa: “Moro longe há muitos anos. Desde que fugi de casa com 14 anos, nunca mais voltei. A gente se vê pouco, mas nos falamos bastante. Minhas irmãs e minha sobrinha são uma grande paixão na minha vida. A relação com a minha mãe é de muito amor, mas ainda é complexa. Estamos sempre buscando essa conexão que faltou quando eu era criança. É de muito amor, de muito respeito, mas realmente existe uma distância ainda. É uma eterna construção”.
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