Testes realizados pela Polícia Militar (PM) de São Paulo mostraram falhas em balas de borracha que fazem parte de uma compra de 270 mil itens do fornecedor Condor S/A Indústria Química. De acordo com informações publicadas nesta quarta-feira (15) pelo portal “G1”, essas munições apresentaram um desvio de até 80 centímetros em sua trajetória.
Segundo agentes ouvidos pelo site, esse desvio pode ocasionar ferimentos que ultrapassam os 4,4 centímetros de profundidade, limite permitido.
Ainda ao portal, policiais militares relataram que os testes mostraram que essas irregularidades podem causar ferimentos graves e que todos os lotes da munição com falhas detectadas precisaram recolhidos ou recusados pela entidade.
Por fim, agentes da corporação ainda relataram que nenhuma das balas chegou a ser usada em operações da PM e que o órgão de segurança foi às compras e adquiriu, de forma emergência, 15 mil “bean bags”, sacos com esferas de metal, para usar como munição não-letal.
Testes realizados pela PM
Para comprovar que as munições são inadequadas, a PM precisou fazer inúmeros testes. Um deles foi feito a 20 metros de distância do alvo, que é a distância recomendada. Na avaliação, constatou-se um desvio de trajetória de até 80 centímetros entre a mira feita pelo policial e o ponto atingido.
Ao “G1”, agentes explicaram que, com esse desvio, seria possível que uma pessoa com 1,60 metro, em vez de ser acertada nas pernas, fosse atingida no rosto. Outro problema, o da perfuração, mostrou que, ao ultrapassar o limite de 4,4 centímetros, a vítima poderia ter problemas cardíacos dependendo do local do corpo que a bala de borracha causasse impacto.
Bombas problemáticas
Além das munições, a PM precisou suspender a compra de 70 mil bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo da Condor, pois foram encontradas irregularidades nesses produtos.
Em nota, a corporação relatou que recolheu 24 mil bombas que emitem luz e som e 46 mil bombas de gás lacrimogêneo. “Uma das falhas identificadas foi a explosão de bombas de efeito moral ocorrer com 1,5 segundo de tolerância, quando deveria ocorrer após 3,5 segundos”, detalhou a entidade.
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