O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mentiu. Isso é o que afirma o senador e integrante da CPI da Covid-19 Humberto Costa (PT-PE). A declaração do parlamentar aconteceu nesta quinta-feira (15) durante uma reunião da Comissão após a publicação de uma nota técnica da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema de Saúde (Conitec).
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Segundo a nota, que recomendava que medicamentos como a cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina não fossem usados em pacientes hospitalizados por Covid-19, nenhum estudo sobre a eficácia do chamado “kit Covid” foi feito pelo Ministério da Saúde.
Nesse sentido, para Humberto Costa, a resposta da Conitec vai de encontro com o depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que disse durante sua oitiva que solicitou a pesquisa sobre o tema.
“É muito grave porque a Conitec afirma que o ministro Queiroga não fez nenhuma solicitação sobre tratamento. Não há nenhum pedido de solicitação no âmbito da Conitec para análise de incorporação da cloroquina ou hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19”, disse o senador.
Ainda conforme ele, a solicitação que havia na nota técnica era apenas para pacientes hospitalizados e que ainda está em consulta pública. Isso, apesar de diversos estudos internacionais já terem comprovado a ineficácia do “kit” contra a Covid-19.
“O ministro Queiroga mentiu para essa CPI nos avisando que pediu à Conitec posicionamento sobre a utilização desses medicamentos. Insisto em alguma recomendação dessa CPI para que seja evitado o uso do ‘kit Covid’ ambulatorialmente até que o Ministério da Saúde se posicione oficialmente. Temos recebido muitas manifestações de preocupações com os efeitos colaterais que possam produzir na população”.
Ministério admitiu ineficácia do “Kit Covid”
Conforme divulgou o Brasil123, o Ministério da Saúde admitiu em documentos enviados à CPI da Covid-19 que medicamentos que compõem o chamado “kit Covid” são ineficazes contra o vírus. No mês de maio, a pasta havia emitido um parecer dizendo que não indicava o uso dos medicamentos para pacientes internados com o vírus, mas o documento só chegou à CPI essa semana.
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