Investigado pela Polícia Federal (PF) sobre uma suposta fraude no Ministério da Saúde, o secretário Nacional de Mobilidade do Ministério do Desenvolvimento Regional, Tiago Pontes Queiroz, pediu demissão nesta sexta-feira (08).
Em nota, a pasta revelou que o secretário está saindo do cargo porque pretende se concentrar em “fazer sua defesa” sobre as fraudes na Saúde, onde ele também ocupou um cargo de direção.
A investigação em questão da PF já até foi tema de uma operação da corporação, que cumpriu 15 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, em Alagoas, em Minas Gerais, no Pernambuco e São Paulo, no mês passado, a fim de investigar sobre uma suposta fraude na compra de medicamentos de alto custo.
Na lista de investigados consta Tiago Pontes, que foi diretor de Logística do Ministério da Saúde na gestão do então ministro Ricardo Barros (PP-PR), de 2016 a 2018.
No comunicado de anúncio da saída do diretor, o Ministério do Desenvolvimento Regional fez questão de ressaltar que as acusações são do tempo em que ele ocupava outro cargo, em outra pasta.
“O MDR ressalta ainda que os fatos sob investigação são todos anteriores ao período em que o senhor Tiago Queiroz desempenhou a função de secretário nesta Pasta”, diz o comunicado.
De acordo com a PF, as investigações mostraram que um esquema favorecia empresas, que acabaram recebendo um repasse de R$ 20 milhões para a compra de medicamentos, que nunca foram entregues.
Com isso, centenas de pacientes acabaram ficando sem os medicamentos necessários, sendo que essa falta pode ter sido o fator-chave na morte de pelo menos 14 pessoas, que morreram porque não conseguiram utilizar os remédios recomendados.
Hoje, o diretor, assim como os outros suspeitos, é acusado por crimes como fraude à licitação, estelionato, falsidade ideológica, corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e corrupção ativa.
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