O governo do estado de São Paulo encaminhou um ofício hoje (8) ao Ministério da Saúde solicitando a “adoção imediata” do passaporte da vacina contra Covid-19 para viajantes internacionais que desembarcam nos aeroportos brasileiros.
De acordo com o governador João Doria (PSDB), caso o governo federal não acate o pedido até o dia 15 de dezembro, a gestão estadual exigirá o passaporte da vacina nos aeroportos e portos localizados dentro de seu território.
“Se até o dia 15 de dezembro o governo federal não adotar o passaporte, São Paulo vai adotar, sim, e vai exigir sim nos seus aeroportos internacionais. Isso é um direito que nos cabe, apesar de fisicamente ser propriedade do governo federal e administração da Infraero, mas o território do estado de São Paulo é de responsabilidade do governo do estado de São Paulo e o mesmo se aplica também para os portos. Esse procedimento será adotado pela nossa secretaria de Saúde e pelo nosso Programa Estadual de Imunização”, afirmou o governador em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (8).
A iniciativa de enviar o ofício ao Ministério da Saúde partiu de uma recomendação do Comitê Científico de São Paulo, responsável por aconselhar o governo paulista sobre assuntos relacionados com a pandemia de Covid-19.
“As pessoas que estão vacinadas, com cobertura completa, elas não estão livres de serem infectadas e de eventualmente transmitirem o vírus, mas elas têm muito menos chance de serem infectadas e de terem uma carga viral que permita com que elas transmitam o vírus pra outras pessoas no lugar de destino de suas viagens. Então, é nesse sentido que nós colocamos a importância dessa medida”, defendeu Paulo Menezes, coordenador do Comitê.
São Paulo é o estado que mais recebe voos internacionais
O estado de São Paulo é a principal porta de entrada para viajantes que chegam ao Brasil por via aérea, recebendo dois terços do total de voos internacionais que chegam ao país. O pedido pelo passaporte da vacina já havia sido feito pelo prefeito de Guarulhos, município paulista onde se localiza o Aeroporto Internacional, e segue recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Precisamos de medidas de controle de acesso dos viajantes que para cá acabam ingressando com a exigência de comprovação de vacinação completa, também conhecido como passaporte da vacina, assim como a necessidade, na origem, da realização das testagens. Testagens que são feitas 48h antes do embarque com o PCR, 24h antes do embarque com a realização do teste de antígeno”, defendeu o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.
Ontem (7), o governo federal anunciou que não adotará o passaporte da vacina, porém, exigirá quarentena a viajantes não vacinados contra Covid-19 que chegam ao Brasil.