O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que não tem pressa para desobrigar o uso de máscaras de proteção contra Covid-19. Ele também disse que uma possível flexibilização da medida deve ser feita com base na ciência.
A declaração de Queiroga contraria um pedido público feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que há cerca de um mês disse que o ministro iria emitir um parecer para que pessoas vacinadas ou já infectadas pudessem parar de usar o equipamento de proteção facial.
“Primeiro é necessário fazer um estudo científico. Depois que vem o estudo, o parecer é emitido. Não há pressa para se fazer isso. Isso tem que ser feito com base na ciência, né, o que temos defendido de forma reiterada. O Departamento de Ciência e Tecnologia, da Secretária de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos tá trabalhando com essa solicitação que foi feita pelo presidente da República”, disse o ministro da Saúde.
A declaração foi feita durante visita ao Hospital Regional do Guará, no Distrito Federal, onde Queiroga vacinou autoridades, como o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça; o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Jorge Oliveira; e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes.
Queiroga diz adotar política de “tolerância zero”
Ao ser questionado por jornalistas sobre as supostas irregularidades na contratação de vacinas contra Covid-19 pelo governo federal, Queiroga disse que as investigações estão em andamento e a tolerância contra “atos impróprios” é zero.
Após ser acusado de pedir propina em negociações de compra de vacinas, o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério de Saúde, Roberto Dias, foi exonerado.
“A sindicância não é sobre o Roberto Dias. A sindicância é para apurar os fatos. E isso já tem a participação… Aliás, quem está à frente disso é a Controladoria-Geral da União, a própria Polícia Federal tá investigando”, disse Queiroga.
“A tolerância com atos impróprios é zero. [Se] houve fatos que tenham indícios de problemas, não tenha dúvida, o ministro exonera. Que aqui não é in dubio pro reu, é in dubio pro sociedade, não é ministro André Mendonça? Essa é a orientação que eu recebi do presidente da República e cumpro, à risca”, acrescentou.