Neste sábado (12), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, promoveu a vacinação infantil contra Covid-19, pedindo para os pais e responsáveis levarem as crianças para tomar o imunizante. Por outro lado, ele voltou a se colocar contra a obrigatoriedade da vacinação de crianças de 5 a 11 anos e criticou a exigência do comprovante de imunização nas escolas.
Queiroga tratou sobre o tema enquanto comentava a decisão da Justiça de Alagoas, que determinou que o passaporte vacinal seja exigido nas escolas das redes pública e privada de Maceió para liberar a entrada de alunos de 5 a 17 anos.
“Já prejudicaram nossas crianças em 2020, já prejudicaram em 2021. Querem prejudicar de novo, impedindo que as crianças tenham acesso à sala de aula?”, criticou Queiroga.
“O povo brasileiro tem grande adesão à vacina. Por que eu vou criar mais calor em uma discussão que é um direito de todos? Busque as vacinas, as vacinas estão aí”, acrescentou o ministro, em entrevista ao site Gazetaweb, em Maceió.
Apesar de ser contrário à exigência do comprovante de vacinação contra Covid-19 nas escolas, Queiroga promoveu a vacinação infantil em evento onde aplicou o imunizante em duas crianças. De acordo com o ministro, até 15 de fevereiro, o governo federal distribuirá as doses necessárias para aplicar a primeira dose da vacina em todas as crianças de 5 a 11 anos.
“Vamos disponibilizar as vacinas para os pais e eu exorto a cada pai e cada mãe que levem seus filhos para a sala de vacinação”, disse Queiroga.
Vacinação infantil contra Covid-19 caminha lentamente no Brasil
Embora Queiroga tenha dado declarações favoráveis à vacinação infantil, no final de janeiro, o Ministério da Saúde publicou uma nota dizendo que os responsáveis das crianças devem procurar médicos antes da imunização, medida criticada por especialistas. A orientação vai na linha do posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL), que inclusive já disse que não pretende vacinar a filha Laura, de 11 anos.
Depois de 55 dias da autorização da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) para aplicação da vacina pediátrica da Pfizer, o percentual de crianças de 5 a 11 anos que receberam a primeira dose do imunizante no Brasil não passa de 15%. Em comparação, países como Argentina, Uruguai, Austrália e Canadá levaram três vezes menos tempo que o Brasil para atingir o percentual de 15% de crianças vacinadas contra Covid-19.