Os dois agentes da Polícia Militar (PM) indiciados pela morte do barbeiro Chris Wallace da Silva, de 24 anos, podem ir para a cadeia a qualquer momento. Isso porque a Polícia Civil pediu, nesta sexta-feira (03), que os dois sejam detidos preventivamente.
A dupla foi indiciada pela morte do jovem, que tinha câncer nos ossos e morreu seis dias após ter sido abordado e, segundo as investigações, agredido pelos agentes enquanto estava na porta de sua casa em Goiânia, Goiás.
Em nota, os defensores dos agentes da PM Bruno Rafael da Silva e Wilson Luiz Pereira de Brito Júnior afirmaram que o pedido para que eles sejam presos é “prematuro”. Isso porque, para eles, não é necessário que os policiais vão para a cadeia, visto que “eles não foram denunciados e ainda não há uma ação penal em andamento”.
Agentes da PM assumiram o risco
Com a análise das imagens e oitiva das pessoas, a polícia conseguiu constatar, de acordo com Ernane Cázer, delegado do caso, que os agentes da PM assumiram o risco da morte de Chris Wallace, mesmo sem intenção.
Além disso, ele também relata que laudos apontaram inúmeras lesões no jovem por ação contundente, o que acabou causando um traumatismo craniano no rapaz. Por fim, o delegado ainda explica que um dos motivos do pedido foi que um dos policiais entrou em contado com a irmã da vítima. Nesse sentido, a solicitação para que os policiais sejam detidos visa impedir eventuais intimidações de testemunhas.
Relembre o caso
De acordo com as informações, Chris Wallace foi abordado no último dia 10 de novembro. Na ocasião, ele havia saído para comprar refrigerante, quando, de repente, foi abordado pelos agentes da PM na porta de casa, onde acabou sendo agredido.
A família do jovem explicou que ele, que lutava contra o câncer há cerca de dez anos, pediu aos agentes que não fosse agredido, pois sofria da doença. No entanto, mesmo assim, os policiais bateram nele que, ao entrar em casa, teve crises convulsivas, vomitou sangue e precisou de socorro.
Conforme apontou um relatório médico, o jovem sofreu traumatismo na cabeça por espancamento, contusões no abdômen e nos pulmões. Ao todo, foram seis dias internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até que a vítima não resistisse e morresse.
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