O comerciante Alexsandro Menezes teve sua prisão temporária decretada pela Justiça após ter tentado matar uma funcionária que se negou a manter um relacionamento com ele. De acordo com as informações, Nathalia Assis foi baleada na barriga pelo patrão em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Depois do crime cometido pelo suspeito, que se encontra foragido, a mulher passou três dias internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Estadual Alberto Torres. Segundo a moça, antes do crime, ela estava com medo. Agora, o estágio passou para apavoro e a mulher sequer está saindo de casa.
“Antes eu estava com medo, agora estou apavorada. Se antes ele já podia terminar de fazer o que ele começou, agora [com a prisão decretada] eu não tenho coragem nem de sair na rua, nem de botar o pé para fora do portão”, disse Nathalia em entrevista ao jornal “RJ2”, da “TV Globo”.
“Ele já me deu um tiro. O que me garante que, solto, não vai me dar outro tiro? Eu quero que a lei se cumpra, que o prendam, para eu ter um pouco de paz, para ficar um pouco aliviada, porque não tem dia que eu não pense nisso”, afirmou Nathalia.
Segundo Nathalia, que trabalhava há apenas um mês no restaurante do comerciante, seu patrão queria manter um relacionamento com ela, que não estava interessada, mesmo sendo casado. De acordo com ela, o crime foi cometido no dia 11 de setembro. Na ocasião, o suspeito a abordou em uma festa e, após uma nova negativa da moça, atirou contra ela.
Demora nas investigações
Também ao “RJ2”, Cláudia Abreu Lourenço, advogada de Nathalia, disse que o inquérito sobre o crime está demorando para ser concluído e o delegado responsável pelo caso ainda não pediu que a Justiça decrete medidas protetivas para a vítima.
Na visão da defensora, está acontecendo uma série de equívocos dentro do inquérito policial. “O primeiro, posso apontar, que foi no início, quando o delegado, que está lidando com a Lei Maria da Penha, que é uma lei de gênero para as mulheres, não requereu as medidas protetivas da vítima”, disse a advogada, que por conta da suposta demora, afirma ter decidido ir à Justiça, diretamente, para pedir pela prisão de Alexsandro.
Do outro lado, a Polícia Civil relatou que o delegado responsável pelo caso e a própria corporação está cumprindo as ordens do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), que mandou que fossem cumpridas uma série de diligências no inquérito, entre elas, a busca e apreensão na casa de Alexsandro e a quebra do sigilo telefônico do suspeito.
Patrão alega tiro acidental
De acordo com Reinaldo Pereira, advogado do patrão de Nathalia, o suspeito lamenta o ocorrido, se retrata do fato, mas afirma que o tiro na moça foi acidental. “Ele quer deixar claro que se retrata com relação a este fato à própria Nathalia e à família dela, mas é importante salientar, que o fato foi um tiro acidental”, explicou o defensor, que ressalta que foi o próprio acusado, e um amigo, que socorreu e encaminhou a vítima para o hospital
“Ele imediatamente socorreu a Nathalia. Tem testemunha que ratifica isso, que tinha um rapaz que estava com ele, o Matheus, que já prestou depoimento também nesse sentido”, afirmou Reinaldo, que não revelou onde Alexsandro se encontra, limitando-se a dizer que está tentando recorrer da decisão da Justiça.
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