Um padre acabou sendo condenado, em segunda instância, pelo Tribunal de Justiça (TJ), por ter dado um falso testemunho em um caso de estupro registrado na igreja em que ele atuava em Santo Augusto, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul.
O crime aconteceu em 2015, a vítima era uma adolescente e, à época do caso, o padre Genuir Marmentini afirmou, durante testemunho, que não poderia dizer o que o acusado disse para ele, pois a fala do suspeito havia sido dada durante confissão.
Todavia, de acordo com o desembargador Julio Cesar Finger, da 4ª Câmara Criminal, Genuir Marmentini mentiu. Isso porque, de acordo com ele, pessoas ouvidas durante as investigações contaram que o padre expôs a elas, em detalhes, o que foi dito pelo acusado de estupro. Disseram, ainda, que a conversa entre os dois não teria ocorrido em confissão.
“Sua omissão teve relevância probatória no processo de estupro, prejudicando a apuração daquele crime”, afirmou Julio Cesar Finger, que determinou que o padre pague uma multa de R$ 3,4 mil e preste serviços comunitários.
De acordo com Carlos Guilherme Dobler Castagna, advogado que faz a defesa do padre, por conta do caso, ele teve que se mudar da cidade onde atuava, pois passou a receber ameaças.
“O meu cliente chegou a receber ameaças ao longo do processo, tanto é que até deixou a cidade. Testemunhas é que disseram que a confissão não ocorreu em sigilo, o que meu cliente contesta”, afirma.
Padre não vai recorrer
Por fim, apesar de discordar da decisão, o advogado revela que não irá mais entrar com recurso. “Para não estender mais o caso, meu cliente não vai recorrer. Estava desgastante, ele optou por não entrar com o recurso”, explica o advogado de defesa do religioso.
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