Contrastando com a lentidão do governo estadual e municipal do Rio de Janeiro, a pandemia da Covid-19 no estado avança como há muito tempo não avançava. Com isso, pacientes aguardam atendimento em cadeiras e poltronas em várias unidades de saúde por falta de leito. As autoridades prometeram que novas vagas estarão disponíveis a partir da semana que vem.
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No entanto, nem todo mundo consegue esperar. Foi o caso de uma paciente com a doença, que era atendida em um hospital na Zona Norte do Rio e morreu depois de aguardar 12 dias para ser transferida para outra unidade de saúde.
De acordo com uma matéria do Jornal Nacional, da “Rede Globo”, publicada hoje (08), Dona Dilma recebia atendimento sentada na enfermaria do Hospital Federal do Andaraí, na Zona Norte, enquanto esperava ser internada numa unidade de terapia intensiva (UTI).
A paciente conseguiu ser transferida para o Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, referência para o tratamento de Covid, mas não resistiu e morreu, aos 61 anos, logo depois de chegar na unidade. De acordo com as informações, em várias unidades públicas pacientes com governo estadual e municipal do Rio de Janeiro e em estado grave esperam em poltronas e até cadeiras por vagas. Na Coordenação de Emergência do Leblon, na Zona Sul, também não há mais vagas.
“O apelo que eu faço às autoridades é: vocês não fizeram pela minha mãe, mas façam pelas pessoas que estão aguardando leito. Minha mãe não teve uma segunda chance, mas tem gente que tem uma segunda chance”, desabafou a filha de Dona Dilma na reportagem.
Rio de Janeiro tem fila por leitos
Atualmente, 420 pessoas esperam por leitos em hospitais na rede do Sistema Único de Saúde da capital e da Baixada Fluminense. Em uma emergência da rede municipal na Zona Sul, imagens exibidas pela TV Globo mostram doentes acomodados em poltronas e cadeiras.
Na sala de medicação, há macas improvisadas. E quem trabalha na linha de frente é levado ao limite. “As emergências estão cheias, a gente tá exausto, tá todo mundo cansado. Aqui a gente tá se contaminando novamente, tá precisando se cuidar dobrado e é isso. É o que a gente tá passando aqui”, explicou a fisioterapeuta respiratório, Josy Cristina, ao jornal.
Na tarde de hoje (08), a Secretaria de Estado de Saúde informou que, atualmente, a rede estadual dispões de 353 leitos para pacientes com Covid. No entanto, em 16 novembro, há 22 dias, a pasta informou que eram 352 leitos. Ou seja, de lá pra cá, só houve o aumento na oferta de 1 leito.
Nesta terça, o estado prometeu que até o dia 18 de dezembro vai reabrir outros 130 leitos, e que espera a liberação de leitos dos municípios. Já a Prefeitura do Rio informou que desde novembro abriu 37 leitos. E acrescentou que pretende abrir 50 leitos de UTI e mais 170 leitos de enfermaria, na próxima semana.