Uma operação das delegacias de Atendimento às Mulheres do Rio de Janeiro prendeu, nesta quarta-feira (09), 24 suspeitos de violência doméstica. De acordo com as informações, os agentes também cumpriram alguns mandados de prisão por débito de pensão alimentícia.
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Segundo a corporação, a operação também teve como objetivo chamar a atenção para outra forma de violência, que é a paternidade irresponsável. Para a diretora do Departamento Geral de Polícia de Atendimento à Mulher, a delegada Sandra Ornellas, “ela pode não estar prevista na lei, mas representa uma outra forma de violência”
“Essa violência estrutural sobrecarrega a mulher que precisa trabalhar e ser a provedora e cuidadora ao mesmo tempo”, explica. De acordo com números do Instituto Brasileiro de Geográfica e Estatística (IBGE), em 2019, 5,5 milhões de crianças não tinham o pai declarado em seus registros no Brasil.
Violência contra mulheres aumentam na pandemia
Dados do Instituto Igarapé revelaram que o número de medidas protetivas solicitadas por mulheres, levando em consideração o começo da pandemia, março a maio de 2020, aumentou 229% com relação aos mesmo período de 2019.
De acordo com um levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres, divulgado no fim de setembro, o confinamento levou ao aumento de denúncias e ligações para as autoridades por violência doméstica de 30% no Chipre, 33% em Singapura, 30% na França e 25% na Argentina.
Enquanto isso, no Brasil, os feminicídios estão em alta. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o país registrou 648 feminicídios no primeiro semestre de 2020, 1,9% a mais que no mesmo período de 2019, segundo. Pensando nisso, o governo criou uma campanha para estimular as mulheres agredidas a denunciar. No entanto, na visão do FBSP, as medidas da companha continuam sendo “insuficientes”.