A variante Ômicron do novo coronavírus ainda causa espanto nos representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo Abdi Mahamud, gerente da equipe de apoio da OMS sobre a Covid-19, seja qual for o país que a nova cepa chegar, ela “será dominante em questão de semanas”.
“Nunca vimos um vírus tão transmissível”, disse Mahamud, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (4) em Genebra, na Suíça. A taxa de transmissão da Ômicron supera até mesmo o vírus do sarampo, de acordo com o gerente da OMS.
Em estudo conduzido na Dinamarca foi constatado que os casos de Covid-19 provocados pela Ômicron dobraram em dois dias, enquanto outras variantes do coronavírus levaram duas semanas para alcançar o mesmo resultado. “Esses dados mostram a velocidade em que o fogo está queimando”, disse Mahamud.
A explosão no número de casos provocada pela variante Ômicron foi tão grande que paralisou o site da OMS que contabiliza as infecções pelo novo coronavírus. A última atualização da página é de 29 de dezembro de 2021, quando 128 países já haviam detectado a presença da cepa em seus territórios. “Tivemos casos que nunca vimos antes. Milhões de casos”, afirmou o representante da OMS, que disse que vai arrumar o site da agência.
Mortes não subiram no mesmo ritmo de casos da Ômicron
Apesar do rápido aumento de casos, o número de mortes e hospitalizações não acompanhou o repentino crescimento. “Vimos crescimento exponencial na África do Sul e, depois, uma queda”, disse Mahamud. No entanto, ele ressaltou que ainda é cedo para afirmar que a Ômicron de fato cause formas menos graves da Covid-19.
“Podemos estar vendo uma dissociação entre casos e mortes, tanto na África do Sul como no resto do mundo”, afirmou.
Para frear o avanço da Ômicon, a OMS segue recomendando a vacinação contra Covid-19 como principal ferramenta de combate à pandemia. “O vírus replica onde não há vacinação. Vimos isso com a variante delta e, agora, com Ômicron”, disse ele.