O Ministério Público Federal em São Paulo (MPF) quer que o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) seja condenado pelo crime de corrupção passiva um suposto crime cometido por ele em 2017, sendo obrigado a devolver uma quantia em dinheiro, além de perder seu mandato.
Segundo o órgão federal, a solicitação foi feita nesta terça-feira (22) nas alegações finais do processo, isto é, na última etapa da ação em que o parlamentar é acusado de ter recebido R$ 2 milhões em propina. De acordo com o MPF, essa propina em questão foi dada pelo empresário Joesley Batista.
Em troca, apontaram as investigações do caso, o até então senador Aécio Neves atuaria a favor da JBS, uma empresa de Joesley Batista envolvida no escândalo da Lava Jato. Além do deputado, outros familiares são acusados de terem participado do esquema, sendo eles:
- Andrea Neves, irmã do deputado;
- Frederico Pacheco de Medeiros, primo;
- E Mendherson Souza Lima, ex-assessor de Aécio.
Para o MPF, todos os envolvidos tiveram envolvimento direto na propina e devem ser condenados, sendo que Aécio Neves deve também perder seu mandado como deputado federal. Ainda conforme o órgão, a maior parte dos pagamentos foi filmado pela Polícia Federal (PF) durante as investigações.
Aécio se diz surpreso com o pedido do MPF
Depois que o pedido do MPF veio à tona, Aécio Neves foi às redes sociais e afirmou que o órgão federal, em sua visão, “surpreendentemente, ignorou o fato de que os próprios delatores, quando ouvidos em juízo, afastaram qualquer ilicitude” envolvendo o empréstimo feito ao Deputado.
Segundo o parlamento, os próprios delatados afirmaram que não houve qualquer contrapartida após o político ter recebido a alta quantia do empresário. “As provas deixaram clara a inexistência de qualquer crime e a defesa aguarda, com tranquilidade, a apreciação pelo Poder Judiciário”, disse o deputado federal.
Leia também: Sérgio Cabral, ex-governador do Rio, é condenado novamente na Lava Jato