O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta quinta-feira (06), o vereador Dr. Jairinho (sem partido) e Monique Medeiros pela morte do menino Henry Borel, de quatro anos. Na denúncia, o órgão também pede a prisão preventiva do casal, pois, de acordo com Marcos Kac, promotor que fez a denúncia, os acusados tentaram intimidar e direcionar depoimentos a fim de dificultar as investigações.
Ex-mulher de Dr. Jairinho afirma que foi agredida a caminho da lua de mel
Conforme apontou as investigações, Henry Borel veio a óbito devido às agressões de Jairinho, seu enteado, e também pela omissão de Monique, sua mãe, que em nenhum momento fez algo para tentar evitar os fatos. Durante as investigações, a polícia fez uma reconstituição que apontou 23 lesões por ‘ação violenta’ no dia da morte.
Pelo o que vão responder os acusados
Segundo o promotor, Jairinho foi denunciado por homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunha, enquanto Monique Medeiros por tortura omissiva, homicídio, falsidade ideológica e coação de testemunha.
“O crime de homicídio foi cometido por motivo torpe, eis que o denunciado decidiu ceifar a vida da vítima em virtude de acreditar que a criança atrapalhava a relação dele com a mãe de Henry”, relatou na denúncia Marcos Kac.
Em outro trecho da decisão, o promotor chama a atenção de que o fato foi praticado mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, visto que Henry tinha apenas quatro anos. “A vítima não teve a menor chance de escapar dos golpes que lhe eram desferidos, diante de sua tenra idade e da superioridade de força com que foi surpreendida pelas inopinadas agressões do denunciado”, disse.
Por fim, o promotor ainda destacou que o crime foi executado com meio cruel, pois Jairinho causou a Henry um intenso sofrimento físico, tendo em vista as múltiplas lesões que lhes foram causadas. “O caso revela uma brutalidade fora do comum e em contraste com o mais elementar sentimento de piedade”, finalizou.
Defesas criticam as investigações
Na última semana, a defesa de Jairinho criticou a celeridade do processo. “Esta pressa não é aconselhável em um processo de alta complexidade. A pressão da opinião pública não pode interferir sob pena do cometimento de erros graves”, informou a defesa.
Já os advogados de Monique afirmam que ela é inocente “neste hediondo crime que vitimou seu filho” e que o inquérito policial foi finalizado prematuramente com erros investigativos. “Foram reinquiridas várias pessoas e admitida mudança de seus relatos. Monique não teve igual direito, em ‘dois pesos e duas medidas’”, disse em nota os advogados.
Relembre o caso de Henry
Henry Borel morreu no dia 8 de março, no apartamento em que morava com sua mãe e seu padrasto, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. De acordo com o laudo de necropsia do Instituto Médico-Legal (IML), o menino sofreu 23 ferimentos pelo corpo.
A causa da morte foi “hemorragia interna e laceração hepática”. A criança sofreu lesões hemorrágicas na cabeça, lesões no nariz, hematomas no punho e abdômen, contusões no rim e nos pulmões, além de hemorragia interna e rompimento do fígado.
Leia também: Ex-funcionária conta 4 episódios de agressão de Dr. Jairinho a uma criança