Uma segunda onda de casos de Covid-19 leva caos para Minas Gerais, sobretudo para os municípios do interior. A piora veio após a flexibilização de restrições, como liberação para o funcionamento do comércio. Também ocorreram aglomerações durante as eleições. Assim como ainda há reflexos das festas de fim de ano e bailes de Carnaval.
Fevereiro foi o pior mês da pandemia em Minas Gerais
Em novembro de 2020, houveram 1.026 óbitos pela doença na região. Em fevereiro, esse número triplicou. 3.505 pessoas morreram de covid-19 em Minas Gerais, no pior mês da pandemia, de acordo com dados da Secretaria de Saúde de Minas Gerais.
Perfil das vítimas de Covid-19 em Minas Gerais
Até esta última segunda-feira (1), 883.105 pessoas se infectaram com a Covid-19. Destes, 18.598 morreram, 86% em cidades do interior. A capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, totalizou, no decorrer da pandemia, 2.731 mortos, ou 14% do total. Raio-x dos mortos por Covid em Minas Gerais demonstra que 80% tinham 60 anos ou mais. 72% tinham alguma comorbidade, sobretudo cardiopatia e diabetes. 56% eram homens.
Transferência para SP e cidades mineiras
Como todo o caos na saúde e pouco (ou nenhum) leito sobrando, sobretudo leitos de UTI, diversos municípios tiveram que pedir auxílio a outras cidades. Entre o dia 5 e 21 de fevereiro, aconteceram 295 transferências intermunicipais de doentes. Sobretudo, pacientes vindos das regiões do Triângulo Mineiro e de Alto Paranaíba. Uberaba ainda sofre com filas de espera em hospitais da rede privada.
Ocupação em hospitais de Minas Gerais
Os hospitais particulares alcançaram 100% na taxa de ocupação dos leitos de UTI e 90% na enfermaria. Já os públicos alcançaram 60% e 80%, respectivamente. No último sábado (27), o Hospital São Domingos, da Unimed-Uberaba, referência no atendimento à Covid no município, transferiu cinco pacientes: quatro para Ribeirão Preto (SP) e um para Franca (SP). Segundo a operadora, a transferência cumpre o plano de contingência, garantindo vagas.
O São Domingos em Minas Gerais conta com 45 vagas em UTI, sendo 24 exclusivas para pacientes adultos com o novo coronavírus. O centro de isolamento tem mais de 100 profissionais de saúde dedicados ao atendimento, além de médicos de referência, intensivistas e infectologistas.