A farmacêutica britânica AstraZeneca anunciou nesta segunda-feira (11) que seu medicamento contra Covid-19 chamado AZD7442 se mostrou capaz de reduzir mortes e casos graves da doença em testes clínicos de fase três. Baseado em anticorpos de longa duração, o novo coquetel de drogas é administrado por meio de injeção intramusculular.
Segundo a fabricante, 90% dos participantes inscritos nos testes faziam parte do grupo de risco para desenvolvimento de formas graves da Covid-19, incluindo voluntários com comorbidades como câncer, diabetes, obesidade e doenças pulmonares. Houve redução “estatisticamente significativa” de casos graves ou mortes em pacientes não hospitalizados que usaram o AZD7442 em comparação àqueles que tomaram placebo.
“O ensaio atingiu o desfecho primário, com uma dose de 600 miligramas (mg) de AZD7442 administrada por injeção intramuscular (IM), reduzindo o risco de desenvolver covid-19 grave ou morte (por qualquer causa) em 50% em comparação com o placebo em pacientes ambulatoriais com sintomas de sete dias ou menos”, informou a AstraZeneca.
Foram registrados poucos efeitos adversos no braço dos pacientes. Dos 407 voluntários que tomaram o AZD7442, apenas 18 relataram efeito adverso no braço, enquanto o número salta para 37 entre os 415 que tomaram placebo. Em geral, o medicamento foi bem tolerado pelos voluntários.
AstraZeneca já pediu autorização de uso do medicamento contra Covid-19 à FDA
Envolvendo o total de 903 participantes, o ensaio clínico foi feito em 96 locais diferentes, incluindo Brasil, República Tcheca, Alemanha, Hungria, Itália, Japão, México, Polônia, Rússia, Espanha, Ucrânia, Reino Unido e Estados Unidos da América (EUA).
Todos os voluntários eram adultos que não estavam hospitalizados e tiveram Covid-19 leve ou moderada há sete dias ou menos. Cerca de 13% dos voluntários tinham mais de 65 anos.
“Esses resultados importantes para o AZD7442, nossa combinação de anticorpos de longa ação, somam-se ao crescente corpo de evidências para o uso desta terapia na prevenção e no tratamento de Covid-19. Uma intervenção precoce com nosso anticorpo pode dar uma redução significativa na progressão para doença grave, com proteção contínua por mais de seis meses.”, afirmou Mene Pangalos, vice-presidente executivo de produtos biofarmacêuticos da AstraZeneca.
Os resultados completos serão submetidos para publicação em uma revista científica e para revisão por pares. No dia 5 de outubro, a AstraZeneca anunciou que havia enviado o pedido de uso emergencial do AZD7442 na profilaxia da Covid-19 à FDA (Agência reguladora de medicamentos e alimentos nos EUA).
Na corrida por medicamentos capazes de impedir o avanço da Covid-19 a formas mais graves da doença, o laboratório americano Merck também submeteu um pedido de autorização de uso emergencial para um novo remédio chamado molnupiravir.