Com o objetivo de ajudar sua esposa no tratamento do câncer, o pintor Valdir Ribeiro, que é de Xanxerê, em Santa Catarina, resolveu se desfazer de seu carro, um Chevette preto do ano 1978 usado por ele para trabalhar e também levar sua mulher para tratar a doença, isso, em Chapecó, no mesmo estado.
Para isso, ele criou uma rifa, onde o vencedor levaria o automóvel para casa. No dia do sorteio, segunda-feira (20), transmitido ao vivo pelas redes sociais, constatou-se que o vencedor foi Vinicius Moraes, morador da mesma cidade.
Na hora de receber o prêmio, em cerimônia também gravada e transmitida pelas redes sociais, a surpresa: o vencedor não aceitou o prêmio. “Eu sei porque ele fez [a rifa], sei o que ele já passou na vida. Então, o carro eu não quero. Eu vou devolver o carro. Jamais vou querer”, disse Vinícius Moraes no vídeo.
De acordo com o pintor, ele já estava pronto para entregar o carro e não esperava que tal fato fosse acontecer. No entanto, ele confessa que ficou muito feliz com o desfecho, afirmando que o carro de volta representará seu presente de Natal e Ano Novo.
“Deu uma adrenalina, eu não esperava. A gente estava pronto para entregar o carro. Fiquei aliviado e alegre. Meu presente de Natal e Ano Novo tá na mão”, afirmou ele em entrevista ao portal “G1” nesta quarta-feira (22).
Ideia sempre foi devolver
Segundo Vinícius Moraes, ele tinha muita vontade de vencer o sorteio, justamente para ter o prazer de poder devolver o carro para o pintor, que pretendia se desfazer do carro para ajudar sua mulher Marisete Terezinha. “O meu prazer era ganhar [a rifa] para poder devolver o carro para ele”, comentou o sortudo.
Luta contra o câncer
De acordo com Valdir, a ideia de rifar o carro foi porque, hoje, ele e sua mulher vivem apenas com o trabalho autônomo do pintor e a ajuda de familiares. Por conta disso, afirma ele, o sorteio, que arrecadou cerca de R$ 5 mil, ajudará muito a família no custeio do tratamento de sua esposa.
Por fim, o homem ainda relata que Marisete descobriu o câncer, alojado em seu intestino grosso, em 2018. Desde então, a luta pela cura da mulher, que hoje usa uma bolsa de colostomia, continua. A esposa de Valdir é a segunda pessoa a ter a doença na família. A primeira foi um filho do casal, que acabou morrendo por conta do problema.
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