Marco Pigossi revelou em entrevista ao podcast ‘Calcinha Larga’, que repercutiu nesta quarta-feira (5), sobre o medo de se assumir gay. Atualmente namorando o diretor italiano Marco Calvani, ele diz que chegou a ficar em pânico e levou tempo para revelar sua orientação sexual.
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“Me descobri gay muito cedo e veio uma fama muito grande para mim também, né? […] Tinha o peso da coisa do armário. E tinha a coisa do galã. Então, sair do armário, para mim, não era para minha mãe e para os meus amigos. Era para milhões e milhões de pessoas”, começou ele.
Apesar disso, ele admitiu que usou o “privilégio hétero” no início de sua carreira, fingindo ser heterossexual, para usufruir desses benefícios: “Não é que ‘ai, vou sair do armário mas ali no meu escritório de advocacia ninguém sabe’, entende? Era uma coisa que era nacional”.
O pai de Marco ainda não aceita sua orientação sexual
Assumidamente homossexual, Marco Pigossi sempre teve uma relação um pouco mais distante com o pai, Oswaldo Pigossi. Mas em entrevista para a revista Piauí, em janeiro deste ano, o ator revelou que tudo piorou quando o patriarca votou em Bolsonaro, nas eleições de 2018.
“Meu pai votou em Bolsonaro. Durante os oito anos do meu namoro com um homem, minha família sempre soube. Mas meu namorado e eu nunca jantamos com meu pai, que jamais perguntou sobre meu relacionamento”, explica o contratado da Netflix.
Apesar de fazerem viagens juntos de moto, Marco conta que nunca foi muito próximo do pai. Então a escolha de Oswaldo em votar no atual presidente o feriu profundamente: “Minha vida amorosa era um não assunto. E, quando meu pai votou em Bolsonaro, senti uma dor profunda, uma tristeza profunda. Afinal, Bolsonaro era o sujeito que dissera preferir um filho morto a um filho gay. Que gay é resultado da falta de surra. Que não é bom alugar uma casa para um gay porque desvaloriza o imóvel. Sempre tive dificuldade de entender como um pai escolhe votar num político que insulta seu próprio filho de modo tão visceral”.
“Meu pai e eu ficamos sem nos falar durante o ano da eleição – e até hoje temos contatos apenas esporádicos”, lamentou ele, afirmando que no fundo, o pai é uma pessoa boa: “Sou o primeiro gay com quem ele lida. Pouco a pouco, espero que ele aprenda a lidar com naturalidade”.
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