Dados revelados nesta quinta-feira (06) pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) mostram que 55 jornalistas e profissionais de mídia foram assassinados em todo o mundo em 2021.
Segundo a Unesco, em divulgação que aconteceu na França, apesar de alto, este é o menor índice em uma década. Todavia, a mesma entidade ressalta que a impunidade para estes crimes continua alta e os profissionais da área estão enfrentando altos riscos durante o trabalho.
Para a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, o triste número mostra que “muitos jornalistas pagaram o preço final por contarem a verdade”. Ainda conforme a representante da entidade, “o mundo necessita de informações factuais e independentes”.
Nesse sentido, afirma Audrey Azoulay, é preciso fazer “muito mais para garantir que aqueles que trabalham de forma incansável para fornecer isso possam o fazer sem medo”.
Onde morrem os jornalistas
De acordo com os dados da Unesco, a cada três mortes de jornalistas, duas acontecem em locais onde não estão ocorrendo conflitos armados, uma tendência completamente diferente da situação de alguns anos atrás. “Em 2013, por exemplo, dois terços dos assassinatos de jornalistas aconteceram em países em conflito”, detalhou o órgão.
Em 2021, a grande parte dos assassinatos a jornalistas e profissionais de mídia foram registrados em países da Ásia-Pacífico e da América Latina e Caribe, 23 e 14 casos, respectivamente.
Crimes sem solução
Outro fato importante revelado pela Unesco é sobre a impunidade. Isso porque, segundo a entidade, dos assassinatos que aconteceram contra esses profissionais desde 2006, 87% continuam sem solução.
“Além dos assassinatos, muitos profissionais do setor continuam sujeitos a altos índices de violência física, de intimidação, de assédio e com risco de serem presos, que podem acontecer inclusive durante a cobertura de protestos de rua”, completa.
Assédio contra mulheres
Por fim, a informação é que, além dos assassinatos, existe outro problema, mas esse focado nas mulheres: o assédio virtual. Segundo a Unesco, uma pesquisa divulgada em abril do ano passado mostra que três quartos das profissionais confirmaram terem sido atacadas na internet por motivos ligados ao trabalho.
Leia também: Sindicato entra com ação contra Bolsonaro por ataques a jornalistas