Após a decisão do Superior Tribunal Federal (STF) de barrar uma nova eleição de Rodrigo Maia (DEM) à presidência da Câmara, o deputado falou pela primeira vez que não é candidato a reeleição. Ele trabalha agora um novo nome para substituí-lo.
Segundo Maia, uma boa candidatura à presidência da Casa de Leis é uma que defenda os interesses da independência do Poder Legislativo diante dos outros poderes constitucionais. Ele negou, no entanto, que quer um presidente que seja contra o presidente da República.
“Precisamos manter a Câmara livre da interferência de outros Poderes. A Câmara precisa ser independente e harmônica no diálogo. Eu quero trabalhar a favor da Câmara, que durante muitos anos foi apêndice do governo”, disse Maia, segundo o Portal da Câmara.
O candidato de Maia
Fora da disputa na eleição de fevereiro do próximo ano, Rodrigo Maia já trabalha um novo nome para sucedê-lo na presidência da Câmara dos Deputados. Entre os principais nomes cotados para receber o apoio do parlamentar estão Baleia Rossi (MDB), Aguinaldo Ribeiro (Progressistas) e Marcos Pereira (Republicanos).
Sobre sua influência na articulação de um candidato, Maia nega que tenha grande poder. “Não sou eu que sou forte, talvez seja forte [na defesa] das pautas econômicas, no enfrentamento da interferência de outros Poderes, mas o que é forte é esse movimento, um movimento majoritário”, declarou ele em entrevista à Globo News.
Os objetivos do presidente na eleição
Recentemente, Maia acusou o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) de travar propositalmente a pauta econômica na Câmara com o objetivo de prejudicá-lo. Segundo o deputado, Bolsonaro não está enviando no tempo correto o projeto de reforma tributária ao Congresso.
Para Rodrigo, a pauta econômica deveria ser o foco do Congresso Nacional no próximo ano. Ele acredita que os projetos da PEC Emergencial, que trata das despesas públicas, e da reforma tributária, sobre a unificação de tributos, são essenciais.
“Ninguém mais discutiu a PEC Emergencial, e essa é uma PEC que pode mudar os parâmetros da economia brasileira. O que precisamos é voltar para o eixo do que é fundamental, que são as votações das matérias importantes. Ouvi o líder do governo falando que convergiu com a proposta do Aguinaldo Ribeiro, com a proposta de unificação dos impostos de bens e consumo unificação. Precisamos enfrentar pelos dois lados: pela PEC Emergencial, o lado das despesas públicas e, por outro, pela melhoria da competitividade das empresas, pela reforma tributária”, defendeu Maia.