A Polícia Militar (PM) revelou nesta quarta-feira (16) que abriu inquéritos para investigar a morte do jovem Luis Fernando de Camargo, 18 anos. O tratorista morreu após ter sido atingido por três tiros efetuados por agentes militares no último domingo (13), no distrito de Laras, no interior de São Paulo.
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Segundo as informações, ele foi atingido por tiros no pescoço, na barriga e na perna por agentes da PM que foram afastados após o caso. Esses profissionais afirmaram que o primeiro tiro foi acidental e os outros em “legítima defesa de terceiros”.
Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, Geraldo Franco Pires, delegado responsável pelo caso, relatou que a versão dada pelos policiais foi de resistência à prisão, mas pessoas que estavam no local no dia do fato serão ouvidas nos próximos dias, pois existem versões diferentes dessa.
Nas redes sociais, vídeos mostram o desespero da família e amigos do jovem após ele ter sido alvejado pelos tiros, que aconteceram após uma denúncia de que poderia estar havendo tráfico de drogas na região. Todavia, ao chegar no local, os agentes constataram que, na realidade, a ocorrência se tratava apenas de perturbação de sossego.
Por conta disso, os policiais teriam pedido para que o som do bar onde o jovem e outras pessoas estavam fosse abaixado. Alguns minutos depois de terem cumprido a ordem, pessoas do local voltaram a elevar o volume da música e passaram a comemorar normalmente no local.
Conforme os moradores, os agentes, por conta disso, voltaram e começaram a agir de forma violenta. Em dado momento, após as pessoas ficarem assustadas com a ação dos agentes, que chegaram a algemar o jovem e tacar spray de pimenta em outras, um policial, que estava tentando afastar as pessoas, virou para a confusão e disparou.
Instantes depois o corpo de Luis Fernando aparece no chão. De acordo com as informações, os agentes foram embora do local logo após os tiros e deixaram o jovem por lá. O tratorista foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo.
Por conta da ocorrência, a informação é que está sendo feito um abaixo-assinado para que os agentes da PM sejam exonerados da corporação. Além disso, os moradores da região onde Luis Fernando morava marcaram uma manifestação para o próximo domingo (20), quando completa uma semana da morte do tratorista.
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