O grupo do G7 terá sobre a mesa na sexta-feira (19) a possibilidade de discutir e definir o futuro dos países. As discussões serão com a finalidade de decidir se países pobres poderão recorrer a direitos especiais de saque do Fundo Monetário Internacional (FMI) para enfrentar os estragos causados pela pandemia.
Situação econômica, saúde e melhora nas respostas nacionais
Como foco principal para a primeira reunião de Janet Yellen como Secretária do Tesouro dos EUA, juntamente com seus pares da Alemanha, Japão, França, Reino Unido, Canadá e Itália, estão a situação econômica e de saúde, e a necessidade de coordenar melhor as respostas nacionais, de acordo com uma fonte francesa.
Em relação à “situação dos países de baixa renda”, outra possível prioridade do encontro seria a tomada de decisões importantes, como uma nova permissão de Direito Especial de Saque (DES), como na crise de 2008.
Direito Especial de Saque do FMI para enfrentar a Covid-19?
Criada em 1969 pelo FMI como reserva internacional suplementar para seus países membros, os DES podem ser trocados por moeda estrangeira. O valor que possui tem como base uma cesta de cinco grandes moedas internacionais e se atribui de acordo com a cota de cada país. O FMI recorreu a este instrumento depois da crise financeira de 2008, mas o seu montante era metade do agora mencionado pela fonte próxima ao Ministério da Economia francês antes da reunião dos ministros das Finanças.
“Até então, enfrentávamos a oposição dos Estados Unidos, mas nossos últimos contatos com o novo governo nos permitiram verificar uma abertura de sua parte”, explicou a fonte.
Duas formas de alocação e soluções para países pobres
A alocação seria realizada através de dois sistemas. O primeiro seria uma emissão direta de DES no valor de US$ 500 bilhões, o que iria permitir aos países da África subsaariana receber, por exemplo, US$ 18 bilhões.
O segundo sistema indireto seria um empréstimo desses direitos aos países pobres por parte dos ricos, já que estes “não precisam dessas reservas porque tomam emprestado nos mercados a taxas muito favoráveis”.
“A primeira etapa será convencer os países do G7, que detêm entre 25% e 30% do capital do FMI, e depois o G20, no dia 26 de fevereiro” para poder “tomar uma decisão em abril” durante a reunião anual da instituição financeira, observou a fonte.