Por bem ou por mal, as fake news têm seu espaço garantido no mundo virtual. A vítima da vez foi os Estados Unidos da América (EUA), que foi responsabilizado pelo vírus da Covid-19 por apoiadores do governo chinês.
As fake news surgiram justamente em um momento no qual a capital chinesa, Pequim, luta contra o surto provocado pela variante Delta da Covid-19. Foi então que uma teoria infundada acabou tomando grandes proporções, a de que a origem do vírus está em terras norte-americanas.
Para entender melhor, a história que tem circulado pela internet afirma que a Covid-19 foi criada em um laboratório do Exército dos EUA, de onde vazou e se proliferou por todo o mundo. As alegações foram compartilhadas em massa por oficiais chineses e a mídia local desde o início da pandemia em meados de março de 2020, mas ao que parece, somente agora explodiu para o conhecimento de todos.
Diante de tamanhas suposições, uma parceria foi firmada entre a empresa de segurança FireEye e do Google para investigar a fundo a verdadeira origem da Covid-19, e assim, desmistificar esses rumores. Os primeiros levantamentos conseguiram identificar que o início das operações aconteceu no ano de 2019, em centenas de contas em inglês e chinês nos quais haviam abordagens tentando desacreditar o movimento pró-democrático chinês.
Essas ações fazem acreditar que o governo chinês fez um alto investimento em técnicas especializadas de propaganda, superando a Rússia, para disseminar fake news sobre a Covid-19. Foram identificadas contas falsas em vários países, todos vinculando a responsabilidade do vírus ao Exército dos EUA, mais especificamente, à uma base militar na cidade de Maryland.
Em março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um relatório inicial sobre a pesquisa que busca a origem da Covid-19 na China. Este estudo tem o objetivo de mostrar que o vazamento de laboratório conforme compartilhado é pouco provável.
No primeiro semestre deste ano, o presidente dos EUA, Joe Biden, determinou que as agências de inteligência americanas se empenhassem nas investigações para identificar a origem da Covid-19. Os esforços também visam comprovar ou não se o vírus surgiu de um acidente laboratorial ou se foi proposital.
No entanto, o respectivo relatório não apresentou nenhuma informação relevante, levando a acreditar que o vírus possa ter passado por mutações de animais para humanos naturalmente. Porém, da mesma forma que surgiram rumores quanto à criação do vírus em território norte-americano, uma história semelhante também circulou por todo o mundo, a diferença é que no segundo caso a responsabilidade foi atrelada à China.
Em contrapartida, Pequim negou freneticamente a proposição de que o coronavírus foi criado em território chinês, especificamente no laboratório de Wuhan. Mas ao contrário do governo norte-americano, a China nem mesmo tentou mostrar alguma evidência para se defender das acusações.
Diante dos impasses, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijan, enviou um requerimento à OMS para que haja uma investigação no laboratório de Fort Detrick e no laboratório da Universidade da Carolina do Norte. A pasta ainda solicita que o levantamento seja realizado por um especialista em Covid-19 dos EUA, Ralph Baric.