A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação nesta quarta-feira (10) visando o ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Fernando Ferry. De acordo com as investigações, há indícios de fraude em compras de equipamentos de proteção individual (EPIs) contra a Covid-19 para o Hospital Universitário Gaffrée e Guinle.
Leia também: Moradores de comunidade no Rio acusam PM de truculência; Veja os vídeos
De acordo com a PF, a suspeita é de que os investigados direcionavam a escolha do fornecedor dos EPIs e de superfaturamento. A ação, nomeada de Operação Desmascarados, constatou que alguns itens foram comprados pelo triplo do preço de mercado.
O ex-secretário é superintendente do hospital, vinculado à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), mas acabou se licenciando para assumir a Saúde do estado em maio de 2020, no lugar de Edmar Santos, que depois delatou um esquema.
Essa denúncia, inclusive, foi o que levou ao afastamento do governador Wilson Witzel. Fernando Ferry, no começo, até resistiu ao cargo, mas acabou pedindo demissão pouco mais de um mês depois que a denúncia se tornou pública.
PF explica a investigação
Em nota, a PF revelou que equipes saíram para cumprir cinco mandados de busca e apreensão. Um deles foi no hospital, no Maracanã. Além do local, os agentes também foram a endereços na Tijuca, em Jacarepaguá e em Duque de Caxias, todos no Rio de Janeiro.
Além disso, segundo a entidade, as suspeitas de irregularidades constam de uma auditoria da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e de um relatório de fiscalização da Controladoria-Geral da União (CGU).
Nesse sentido, as investigações apontam indícios de favorecimento de um determinado grupo de empresas e a conivência de funcionários públicos.
“Uma dispensa de licitação de R$ 1,2 milhão adquiriu, entre outros itens, 6.500 máscaras e 6.500 aventais. Cada máscara saiu a R$ 47,80, e cada avental, a R$ 49,50. Os mesmos itens foram cotados em outro chamamento público da EBSERH, respectivamente, por R$ 12,50 e R$ 15”, explicou a PF.
Somente neste caso, a CGU constatou um superfaturamento de R$ 398 mil, além de fortes indícios de direcionamento do processo realizada pelo hospital. Por fim, a PF explica que os investigados respondem pela prática dos delitos de organização criminosa, peculato e fraudes em licitação.
Curta nossa página no Facebook e siga-nos no Instagram para acompanhar todas as notícias!