A liberação da vacina Coronavac contra a Covid-19 para crianças e adolescentes de seis a 17 anos rendeu ameaças e ofensas aos diretores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com o jornal “O Globo”, o conteúdo intimidador foi enviado aos executivos via e-mail.
Neste domingo (23), o jornal informou que as ameaças foram enviadas ainda na quinta-feira (20), dia que, assim como mostrou o Brasil123, a Anvisa anunciou a liberação do imunizante para crianças e adolescentes.
Em uma das mensagens, uma pessoa, afirmando se chamar Nilza, disse que, com a liberação, os diretores da Anvisa colocaram “vidas inocentes numa grande roleta russa”. Agora, afirma esse mesmo indivíduo, os integrantes da alta cúpula da agência serão vítimas de uma “maldição”.
“O preço a ser pago será terrível não quero estar na sua pele e oro a Deus em desfavor de todos que tem causado dor e sofrimentos ao seu próximo, lembre se o próximo pode ser dentro de sua família”, escreveu a suposta Nilza.
Ainda segundo “O Globo”, um outro e-mail diz que falta aos diretores da agência “amor à pátria”. Além disso, essa pessoa, que não revela nenhum nome, afirma que “o preço que o servidor vai pagar será altíssimo” e que “com certeza” os diretores da entidade “não usarão esse experimento [vacina] nos filhos e netos” deles.
Ameaças aos diretores da Anvisa
Essas ameaçadas aos integrantes do alto escalão da Anvisa começaram a ser registradas após o presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), ter ameaçado divulgar os nomes dos executivos responsáveis pela liberação do uso da vacina da Pfizer contra a Covid-19 para crianças de cinco a 11 anos.
Desde então, os membros da Anvisa estão sendo vítimas de ameaças e perseguições tanto por e-mails quanto pelas redes sociais – tudo pela atuação deles na autorização da vacina contra a Covid-19 em crianças e adolescentes. Ao todo, estipula a Polícia Federal (PF), que investiga o caso, os servidores da agência já receberam mais de 300 e-mails com mensagens em tom ameaçador e ofensivo.
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