O governo do Rio de Janeiro anunciou nesta terça-feira (01) que cancelou as cirurgias eletivas da rede pública do estado. A medida visa liberar leitos e profissionais para o combate à Covid-19. A região enfrenta, há uma semana, uma alta na demanda por leitos, com fila para internações tanto em ambulatórios quanto em CTIs.
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De acordo com uma resolução da Secretaria Estadual de Saúde, os hospitais da rede devem suspender as operações eletivas, quase sempre agendadas e de média complexidade.
Combate à Covid-19
De acordo com a secretaria, a previsão é que 112 leitos de CTI sejam liberados. A medida afeta praticamente todos os pacientes, visto que paralisa a fila nas redes federal, estadual e municipal. Além disso, resoluções como essa normalmente são seguidas pelas prefeituras e pela União.
Estão mantidas, a princípio, apenas as intervenções para casos mais graves, como o de pacientes com câncer. As demais — como ortopédicas e oculares — terão de ser remarcadas. Além disso, o texto recomenda que hospitais privados também suspendam essas cirurgias, mas essa decisão é facultativa.
UFRJ sugere fechar praias
De olho no aumento de casos de Covid-19 no estado, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), através de um grupo de trabalho multidisciplinar de cientistas, também divulgou nesta-terça um documento relacionado à pandemia.
Na nota, a UFRJ recomenda a abertura de leitos, a suspensão de eventos até o fechamento das praias. O documento ainda pede:
- Realização de ampla testagem;
- Ampliação da oferta de transporte público;
- Suspensão imediata de eventos presenciais; Fechamento das praias;
- Avaliação da decretação de lockdown (isolamento social severo).
“O aumento do número de casos é sustentado. Não se trata de uma flutuação, que aumenta em uma semana e diminui na outra. E é claro: isso tudo é fruto das aglomerações que vêm ocorrendo nos últimos tempos — inclusive nas eleições”, explicou o epidemiologista Roberto Medronho em nota divulgada pela universidade.