Conhecido nas redes sociais como o delegado Da Cunha, Carlos Alberto da Cunha, que mora em São Paulo, foi às redes sociais confessar que, de fato, encenou um flagrante de um sequestro em uma comunidade da capital paulista para gravar a ação.
A informação de que o vídeo, gravado em julho do ano passado, foi uma encenação, foi publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo”. Nas redes sociais, além de confessar o ato, Da Cunha tentou se explicar, dizendo que o ato se tratou de uma reconstituição prevista em lei.
De acordo com ele, o caso aconteceu em uma comunidade conhecida como Nhocuné. Na ocasião, os agentes constataram que havia um homem sendo mantido refém no chamado tribunal do crime, organizado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo Da Cunha, após o flagrante real, ele resolveu colocar a vítima de volta no cativeiro e “encenar” a ação policial, fazendo um vídeo que, após ser gravado, foi parar em seu canal do Youtube, hoje com mais de 3,6 milhões de seguidores.
À época, sem dizer que foi uma simulação, o flagrante foi veiculado em várias emissoras como se fosse a ação verdadeira, isto é, a primeira. Todavia, a “farsa” acabou vindo à tona depois que a “Folha”, jornal que o delegado diz sofrer perseguições, revelar que policiais envolvidos na operação e outras testemunhas deram, ao Ministério Público, informações sobre as condutas do delegado.
“Essa prova é produzida pelo delegado de polícia. Então, assim, foi uma decisão minha no momento. A ‘cana’ [prisão] foi dada e eu quis novamente registrar a cana. Isso acontece muito em inquéritos de homicídios”, disse em seu canal no Youtube.
“Então, o que eu queria e nós queríamos era que a população entendesse o que é um tribunal do crime […]. A gente chegou lá e estourou o barraco, salvando a vida dele sim. É só perguntar para a vítima”, finalizou.
Da Cunha afastado
Da Cunha foi afastado das ruas em julho deste ano. A decisão pelo afastamento aconteceu após ele afirmar, durante um PodCast, que existem “ratos na Polícia”. Logo depois que foi barrado de exercer sua função, por correr risco de ser demitido, ele pediu licença de dois anos da Polícia Civil.
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