O fechamento das escolas no Brasil foi uma das primeiras atitudes tomadas pelos governos regionais no início da pandemia. Pois, as crianças e adolescentes poderiam se tornarem vetores de transmissão do novo coronavírus ao frequentar a escola. Dessa forma, aqueles que residem na mesma residência que esses jovens, em especial os mais velhos – que configuram o grupo de risco da doença – estariam mais vulneráveis.
Do mesmo modo, muitas empresas, em suas maioria de serviços não essenciais, optaram pela adoção do homeoffice. Assim, seria possível manter a empresa funcionando sem colocar em risco a saúde dos colaboradores. Apesar de sobrecarregadas com o acúmulo de tarefas – em que pais também tinham que trabalhar e assumir o papel de professores –, grande parte das famílias conseguiu se adaptar à nova rotina.
Entretanto, com os primeiros indícios de controle da disseminação da Covid-19, muitos estados passaram a retomar, gradualmente, suas atividades. Como resultado, muitos pais estão tendo que deixar o homeoffice e retornar para suas atividades no escritório. Porém, as escolas e creches ainda não reabriram na maior parte dos estados brasileiros. Como resultado, esses pais acabam sem opções e, sem o apoio de outras pessoas que possam olhar as crianças, eles são forçados a optar por creches clandestinas.
Pais estão com opções limitadas de cuidado com as crianças
É comum que, ao precisar trabalhar, os pais optem por deixar os filhos sob os cuidados de parentes próximos. Muitas vezes, esses parentes são pessoas que estão desempregadas, e recebem uma ajuda financeira em troca do serviço de cuidados com as crianças.
Contudo, existem casos em que os pais não possuem um familiar que possa se responsabilizar pelas crianças enquanto eles trabalham. Desse modo, a única opção que resta é a busca pelas creches clandestinas. Esse papel é assumido pelas “mães crecheiras” em muitos casos. No início da pandemia essas mulheres viram seus rendimentos caírem. Mas, com a volta dos pais ao trabalho, a busca por esse tipo de serviço voltou a crescer.
Acima de tudo, é preciso que os governos estaduais tomem medidas para colaborar com os pais que necessitam voltar ao trabalho, mas não tem opções viáveis para os cuidados com as crianças nesse período.