Nesta sexta-feira (15), a CPI da Covid decidiu que irá ouvir vítimas e familiares de vítimas da Covid-19, além do representante do CNS (Conselho Nacional de Saúde) Nelson Mussolini, na segunda-feira (18).
“Ele é membro do Conselho Nacional de Saúde e membro da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS). Queremos saber até onde foi a intervenção política nas decisões desta instituição técnica relativas aos protocolos de enfrentamento da pandemia”, disse o vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Esses devem ser os últimos depoimentos à CPI da Covid antes da apresentação do relatório final, que deve ocorrer na terça-feira (19). O documento é de responsabilidade do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e será votado na quarta-feira (20). No dia 21, às 11h, os senadores devem entregar o relatório pessoalmente ao procurador-geral da República, Augusto Aras.
O depoimento do médico Carlos Carvalho, coordenador de um estudo com parecer contrário ao uso de medicamentos que integram o “kit covid”, estava marcado para segunda-feira (18). No entanto, o autor do requerimento de convocação do médico, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AL), desistiu de ouvir Carlos Carvalho.
“O senador Randolfe acha que a gente não deve levar o doutor Carlos Carvalho. Ele [o médico] teve uma conversa primeiramente com o senador Randolfe e com o senador Humberto [Costa, do PT-PE] no domingo passado. Eu conversei com ele [Carvalho]. O que eu conversei com ele, e depois em uma entrevista ele foi totalmente diferente”, afirmou o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM).
Carlos Carvalho pode não depor à CPI da Covid-19
Aziz se refere a uma entrevista concedida pelo médico na qual ele recua sobre o estudo com parecer contrário aos medicamentos do chamado “kit covid”. “A impressão que tenho é que o relatório que ele iria apresentar, no dizer do doutor Carlos Carvalho, como ele está aí de reserva, ele não apresentará”, disse Randolfe durante a reunião de hoje.
Com a possibilidade de Carvalho não comparecer à CPI, a opção encontrada por Randolfe e outros senadores da oposição foi convocar outras pessoas que podem falar sobre o que motivou a retirada do estudo sobre o “kit Covid” da pauta do Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).
Ao todo, foram aprovados cinco requerimentos de convocação para segunda-feira (18). São eles:
- Carlos Carvalho, coordenador de estudo com parecer contrário à cloroquina para a covid-19;
- Nelson Mussolini, representante do CNS (Conselho Nacional de Saúde);
- Carlos Eduardo Menezes de Rezende, representante da ANS (Agência Nacional de Saúde);
- Luiz Claudio Lemos Correa, representante do Conass (Conselho Nacional de Secretarias de Saúde);
- Helton da Silva Chaves, representante do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde).
Em reunião fechada, a CPI decidiu pelo depoimento de Mussolini, que deve começar às 10h. A partir das 16h, a CPI ouvirá vítimas e familiares de vítimas da Covid-19 de cada uma das regiões do país.