Durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, nesta sexta (09), o relator e senador Renan Calheiros (MDB-AL) acusou o ministro Onyx Lorenzoni, da Secretaria-Geral da Presidência, de apresentar um documento falso em rede nacional ao tentar refutar as acusações dos irmãos Miranda envolvendo o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na compra da vacina indiana Covaxin.
Hoje, em depoimento à CPI da Covid, o técnico do Ministério da Saúde responsável por analisar os documentos sobre a Covaxin, William Santana, afirmou que nunca viu o documento mostrado por Onyx em pronunciamento à imprensa no mês passado
“Como consequência disso, eu peço a imediata convocação do ministro Onyx Lorenzoni para esta comissão para que ele venha depor sobre o crime de falsidade ao exibir, perante a Nação, para confundir a investigação dessa comissão parlamentar um documento que sequer existe, falso”, disse Calheiros. A convocação do ministro ainda deverá ser analisada pelos membros da CPI.
De acordo com Renan, o Ministério da Saúde ainda não enviou toda documentação correspondente às negociações de compra de doses da Covaxin. “Sabe por que não mandou? Porque existem coisas escabrosas ainda maiores nessa grande negociata enquanto os brasileiros morriam.”
Senadora também acusou Onyx de fraudar documento da Covaxin
Na sessão de terça (6) da CPI da Covid, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) também acusou Onyx Lorenzoni de apresentar um documento fraudado para defender o governo Bolsonaro das acusações sobre o escândalo envolvendo o contrato da vacina Covaxin.
A análise dos documentos feita pelo gabinete de Tebet concluiu que a invoice (nota fiscal) mostrada pelos irmãos Miranda seria verdadeira, enquanto aquelas apresentadas por Onyx teriam sido manipuladas. Já Onyx diz o contrário.
“Esse é o primeiro [documento], dito que é falso, 100% com correção da língua inglesa e marcas de scanner ou fax comprovando que esse documento chegou. Esse documento foi escaneado, e por fax”, disse Tebet.
Em relação aos dois documentos que Elcio e Onyx dizem ser legítimos, Tebet diz haver “clara comprovação de falsidade de documento privado”.
“Ele tem a marca e o logotipo desenquadrados, não estão alinhados em alguns pontos, como se fosse uma montagem. Tem inúmeros erros de inglês, e, talvez, o mais desmoralizante seja o [item] 17. No lugar de preço, price, está prince [príncipe, em inglês]. CEO, está companhia, em português. Então, aqui está uma mistura, eu acho que é um dialeto que só eles conhecem, não é? Está um ‘portinglês’ que não dá para entender”, afirmou a senadora.
Para resolver a questão, os documentos passarão por análise pericial solicitada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA).