Em nota oficial divulgada nesta quinta-feira (16), a prefeitura de São Paulo anunciou que manterá a vacinação contra Covid-19 de adolescentes sem comorbidades, indo na contramão da recomendação feita ontem (15) pelo Ministério da Saúde, que decidiu suspender a imunização de tal grupo.
Segundo o Ministério da Saúde, a recomendação agora é de que a vacina contra Covid-19 somente em jovens com “deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade”. A decisão foi criticada por especialistas da área de Saúde.
Diversas cidades do Brasil, como São Paulo, já iniciaram a vacinação de adolescentes sem comorbidades. Assim como a capital paulista, o estado de São Paulo seguirá recomendando a imunização de pessoas entre 12 e 17 anos, embora cada município possa tomar sua própria decisão sobre o tema.
De acordo com a nota da prefeitura, São Paulo aplicou 712.499 primeiras doses em adolescentes de 12 a 17 anos, o que representa 84,4% desse público, que é composto por 844.073 pessoas.
“Restam, portanto, cerca de 15% para atingir a totalidade da cobertura vacinal do grupo de adolescentes. Assim sendo, [a prefeitura] não interromperá a imunização com doses de Pfizer para adolescentes sem comorbidade na capital”, diz o comunicado.
“A pasta esclarece que tomou ciência de nota emitida pelo Ministério da Saúde a respeito da restrição da imunização deste grupo populacional e, em virtude do estágio avançado no Plano Municipal de Imunização (PMI) da capital, seguirá com as diretrizes”, completa.
Rio mantém vacinação de adolescentes acima de 14 anos
Assim como São Paulo, a cidade do Rio de Janeiro informou que manterá a vacinação de adolescentes maiores de 14 anos. No entanto, a capital fluminense vai avaliar a situação de jovens de 12 e 13 anos. Enquanto isso, Natal e Salvador acataram a recomendação do Ministério da Saúde e optaram por suspender a imunização de jovens sem comorbidades.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso da vacina da Pfizer em jovens entre 12 e 17anos, atestando que o imunizante é seguro em pessoas de tal faixa etária.
Na avaliação da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo, a orientação do Ministério da Saúde “é apenas por questão logística, pois, trata-se de um imunizante eficaz e seguro previamente autorizado.”
“Em relação à segunda dose (D2) desse grupo, a pasta adianta que vai seguir normalmente, de acordo com o calendário do governo do Estado”, completa a nota.