A Sociedade Paulista de Infectologistas emitiu uma nota manifestando “extrema preocupação” com a flexibilização das medidas da quarentena contra a Covid-19 em São Paulo. A entidade que conta com 900 médicos associados afirmou que a “retomada segura” anunciada pelo governador João Doria (PSDB) pode gerar uma nova onda de casos, sobretudo por conta da circulação comunitária da variante Delta no estado.
“Compreendemos as necessidades econômicas e sociais de nossa população, manifestamos nossa contínua solidariedade àqueles que tiveram suas vidas e seus empregos destroçados pela pandemia. No entanto, entendemos que a abertura deveria ser mais gradual e lenta, face aos riscos representados pela variante delta do novo coronavírus”, diz a nota.
A partir de ontem (17), bares, restaurantes, academias e shoppings, assim como os demais estabelecimentos comerciais, já podem abrir as portas sem limite de horário ou capacidade de público. Dessa forma, exposições em museus, eventos sociais, congressos e feiras corporativas, por exemplo, podem voltar a ter encontros presenciais, desde que os presentes usem máscara e cumpram o distanciamento social.
“Países com altas taxas vacinais, como Israel e os Estados Unidos, têm passado por aumento de casos e de mortes, embora essas últimas se mostrem menos frequentes em pessoas vacinadas. O que dizer do Brasil, onde a população adulta vacinada ainda é inferior ao desejável?”, continua o texto publicado pela entidade.
Infectologistas alertam para baixo índice de vacinação com a 2ª dose em São Paulo
A SPI também questionou o baixo percentual da população paulista completamente imunizada com ambas as doses da vacina ou com a dose única da Janssen. “Na verdade, mesmo a vacinação completa oferece proteção um pouco menor contra essa variante, quando comparada às demais cepas do coronavírus”, alerta a entidade, reforçando que as medidas sanitárias devem continuar em vigor para proteger a população.
Na terça-feira (17), o governador João Doria informou que o uso de máscara seguirá obrigatório em todo o estado de São Paulo, pelo menos, até o final deste ano. Doria também manifestou preocupação com a presença da variante Delta no território paulista, mas justificou que a reabertura da cidade foi possível por conta da queda no número de novos casos, hospitalizações e mortes em decorrência da Covid-19.