De acordo com o Boletim InfoGripe, divulgado ontem (2) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil manteve a tendência de interrupção de queda no mês de agosto, após começar a cair desde o final de maio.
A incidência de SRAG é um dos parâmetros usados para monitorar a pandemia de Covid-19, pois o novo coronavírus é responsável por 96,6% das infecções virais de SRAG registrados desde o ano passado.
Apesar da interrupção na queda do número de casos de SRAG, não foi registrado um aumento nas infecções registradas. Somente quatro das 27 unidades da federação observam crescimento na tendência de longo prazo, é o caso da Bahia, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
De acordo com a Fiocruz, o número de casos de SRAG apresenta-se estável tanto para longo quanto para curto prazo nos seguintes estados: Acre, Alagoas, Amapá, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Roraima, Santa Catarina e São Paulo.
Todos os estados possuem ao menos uma região com nível alto ou superior ao desejado, enquanto sete estados têm pelo menos uma macrorregião em nível extremamente elevado. São eles: Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
“Em todos esses estados observa-se que essa tendência tem sido puxada principalmente pelos casos graves em crianças e adolescentes e pela população acima de 60 anos. No caso do Rio de Janeiro, para a população acima de 70 anos estima-se que a situação atual já esteja em situação similar ao observado no pico do final de 2020”, disse o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.
Avanço da vacinação no Brasil diminui casos de SRAG em idosos
Por conta do avanço da vacinação contra a Covid-19, os casos de SRAG em idosos vêm caindo enquanto as infecções nos mais jovens registram aumento. Em crianças e adolescentes até 19 anos, o patamar é elevado quando comparado ao histórico da pandemia. “Vale considerar que a situação atual é similar ao pico mais agudo de 2020”, alerta a Fiocruz.
“Já a redução expressiva do número de casos de SRAG na população idosa é reflexo do impacto da campanha de vacinação escalonada realizada nos meses de abril e maio. Os valores mais altos da população mais jovem indicam que a transmissão segue elevada e são atribuídos à transmissão elevada na população em geral”, afirmou a Fundação Oswaldo Cruz.