Um estudo realizado pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, nesta quinta-feira (04), revelou que os infectados pela Covid-19 podem ter afetadas as astrócitos, células que ajudam os neurônios a se manterem vivos.
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De acordo com os pesquisadores, com essas células afetadas, os pacientes podem apresentar sintomas que vão desde a confusão mental, ansiedade, depressão, dificuldade de raciocínio, perda de memória, até a falta de equilíbrio, problemas com compreensão, mudanças comportamentais e emocionais.
Segundo o Incor, no estudo, constatou-se que 80% dos participantes recuperados de Covid-19 indicaram alguma desordem cognitiva, incluindo os pacientes assintomáticos ou que tiveram sintomas leves.
De acordo com o neurocientista Nicolas Cesar, pesquisas recentes apontam diversas consequências para a saúde mental e cerebral de pacientes recuperados da Covid-19. Nesse sentido, ele afirma, é importante que as pessoas saibam que é uma possibilidade, e que estejam atentas aos sintomas mais comuns.
“Os sintomas mais recorrentes são a perda de lembranças, dificuldades com concentração e execução de tarefas simples, além de fraquezas e dores pelo corpo. Quanto mais cedo é feito o diagnóstico, maiores são as chances de recuperação e melhores os prognósticos”, explicou.
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De acordo com Nicolas, em alguns casos, dependendo das regiões afetadas e quando as perdas neuronais são leves, há possibilidade de os traumas serem revertidos com o tempo, devido a neuroplasticidade, conhecida também como plasticidade cerebral, que é a capacidade fundamental do cérebro de se reorganizar.
“Os tratamentos para as lesões são diferentes, mas, em geral, são indicadas as terapias cognitivas e ocupacionais, em algumas situações os médicos indicam também a utilização de medicamentos”, concluiu o neurocientista.
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