A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na última sexta-feira (31), recomendou ao Ministério da Saúde a suspensão temporária da temporada de navios de cruzeiro no Brasil, temendo novos surtos de Covid-19. A suspensão seria em caráter preventivo, até que o cenário epidemiológico provocado pela chegada da variante Ômicron esteja mais claro.
De acordo com a Anvisa, com o repentino aumento de casos de Covid-19 detectados a bordo de navios de cruzeiro na costa brasileira, a suspensão é necessária para proteger a saúde da população.
No mesmo dia em que a suspensão foi recomendada. Dois navios tiveram suas atividades interrompidas por conta de surtos de Covid-19 a bordo: o Costa Diadema, atracado em Salvador (BA), e o MSC Splendida, no Porto de Santos (SP).
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Segundo a Anvisa, a recomendação segue a Lei nº 13.979, de 2020, que definiu que as medidas sobre restrições de entrada ao país por rodovias, portos e aeroportos são de competência conjunta dos Ministérios da Saúde, da Justiça, Segurança Pública e da Infraestrutura e devem ser precedidas por uma recomendação técnica e fundamentada da Anvisa.
“A retomada das operações dos navios de cruzeiro para a temporada de 2021/2022 foi prevista pela Portaria Interministerial CC-PR/MJSP/MS/MINFRA nº 658, de 5 de outubro de 2021, em cenário epidemiológico anterior à notificação mundial sobre a identificação da nova variante de preocupação, Ômicron, que foi relatada pela primeira vez à Organização Mundial da Saúde (OMS) no dia 24 de novembro”, disse a Anvisa em nota.
Ômicron motivou recomendação por suspensão da temporada de navios de cruzeiro
A agência afirmou que tudo indica que a variante Ômicron tem o potencial de se espalhar mais rapidamente do que as demais cepas do coronavírus e ainda pode contornar parte da proteção conferida pelas vacinas e infecções anteriores de Covid-19.
“Nesse cenário, o CDC americano, na data de ontem, 30/12, atualizou o nível de alerta “COVID-19 Travel Health Notice” de 3 para 4, o nível mais alto possível, o que reflete o aumento de casos a bordo de navios de cruzeiro desde a identificação da variante Ômicron”, disse a Anvisa.
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“A manifestação da Anvisa foi pautada no princípio da precaução, ao priorizar o impedimento da ocorrência de agravo à saúde pela adoção das medidas necessárias à sua proteção”, acrescentou a agência.
A recomendação da suspensão de navios de cruzeiro no Brasil por causa do aumento de surtos de Covid-19 foi encaminhada ao Ministério da Saúde na sexta-feira (31), mas não tem efeito imediato. A decisão final cabe ao grupo de ministros e, enquanto não for tomada, a temporada de cruzeiros no Brasil seguirá aberta.