Paula Nunes, que é covereadora, isto é, faz parte de um mandato coletivo do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo, representando a Bancada Feminista do partido, afirmou, nesta sexta-feira (01), que foi vítima de injúria racial ao defender uma mulher em uma padaria no Centro da capital paulista.
De acordo com a covereadora, o caso aconteceu em uma padaria em frente à Câmara, sempre muito frequentada por funcionários da Casa e parlamentares.
Segundo Paula, quem proferiu as ofensas foi um homem que, antes de xingá-la, estava, em um tom de voz alto, intimidando uma mulher que estava com ele e mais três crianças. Por conta do fato, a parlamentar decidiu que iria interceder na ação.
“Ele levantou e começou a quebrar o telefone dela no banco. Eu disse então que não iria permitir que ele a agredisse. Daí, ele se voltou contra mim e gritou que eu era uma ‘preta’, ‘macaca’, ‘suja’, e que ela era mulher dele, e eu estava me metendo onde não devia”, disse a covereadora.
Logo após as ofensas, afirma, o suspeito foi imobilizado por funcionários e também por frequentadores da padaria até agentes da Polícia Militar (PM) chegassem no local para levar o homem, que tem 23 anos.
Homem nega ofensas à covereadora
Ao chegar na delegacia, informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o homem disse que não se lembrava de ter ofendido Paula. De acordo com o suspeito, ele só se recordava do momento em que pediu para a parlamentar não se intrometer na conversa.
Segundo a SSP, o caso foi registrado como injúria racial, mas a vereadora, pelo menos por enquanto, decidiu que não representará criminalmente contra o suspeito. “A vítima foi ouvida e no momento do registro não manifestou desejo de representar criminal contra o autor. Ela foi orientada quanto ao prazo de até seis meses para realizar a representação”, informou a SSP.
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