O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos de Minas Gerais enviou um ofício na terça-feira (02) pedindo para que o Ministério Público (MP), a Ouvidoria de Polícia e também a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) forneçam informações sobre a ação policial que culminou na morte de 26 pessoas em Varginha, no Sul do estado.
“Chama-nos a atenção o fato de a mídia noticiar um confronto altamente armado no qual uma das partes foi ‘totalmente eliminada’”, afirmou o conselho, fazendo alusão ao fato de que na operação, realizada no domingo (31), nenhum policial ficou ferido.
Assim como publicou o Brasil123, a ação em questão foi feita em conjunto pela Polícia Militar (PM), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), tendo como foco suspeitos de integrarem uma quadrilha especializada no roubo de bancos.
Segundo o conselho, o ofício foi encaminhado às entidades porque o órgão se viu “surpreendido com o registro midiático de declarações exaltadas de agentes públicos louvando o ‘resultado’ da operação, com intuito duvidoso, como se fosse prática exitosa, regular e legítima no Estado Democrático de Direito suposta estratégia de eliminação de adversários em confrontos”.
Uma dessas declarações “comemorativas” foi feita pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Em suas redes sociais, ele disse que “em Varginha, a PMMG ao lado da PRF, antecipou bandidos do chamado ‘novo cangaço’, em uma das maiores operações da história no combate a esse tipo de crime. Parabéns a todos heróis envolvidos! Estamos trabalhando para que Minas siga sendo o Estado mais seguro do país”.
Em outro trecho, ele afirmou que “em Minas a criminalidade não tem vez e que as Forças de Segurança do Estado trabalham com inteligência e integração para impedir ações criminosas”.
MP vai investigar ação em MG
Em nota, o MP afirmou que vai investigar a ação em Varginha. De acordo com o órgão, em um primeiro momento, as apurações partem do “pressuposto que a ação da polícia é sempre legítima”. “Mas se houve excesso, a instituição deve atuar”, informou o Ministério Público, que ainda revelou que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais também pediu uma investigação sobre o caso.
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