O cirurgião plástico Alan Landecker se tornou alvo de investigações da Polícia Civil e do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) depois que cerca de 30 pacientes o denunciaram alegando terem ficado com o nariz deformado por conta de seus procedimentos.
De acordo com as informações, Alan Landecker é especialista em rinoplastia e possui um extenso currículo com passagens, por exemplo, pelas universidades de São Paulo (USP) e do Texas, nos Estados Unidos.
Hoje, além de atuar em seu próprio consultório, localizado em um bairro nobre da Zona Sul de São Paulo, o médico faz parte do corpo clínico de hospitais famosos como o Sírio Libanês, o Albert Einstein e o Vila Nova Star.
Segundo uma publicação do jornal “Folha de S.Paulo”, pacientes do cirurgião relataram que, depois que passaram por procedimentos realizados por Alan Landecker, foram acometidos por infecções bacterianas.
Dentre os pacientes, existem aqueles que afirmam que ficaram com deformações, outros dizem que perderam o olfato e há até mesmo alguns que relatam terem ficado com perfurações por conta do apodrecimento da pele.
Um dos pacientes do médico foi o empresário Veraldino de Freitas Júnior, de 35 anos. De acordo com ele, sua cirurgia foi realizada em setembro de 2020 no Hospital Sírio Libanês e, até hoje, há uma ferida aberta por conta do procedimento.
“No pós-operatório, meu nariz não desinchou, com o passar dos dias começou a feder, com as pessoas do meu convívio percebendo o odor insuportável, até que no 15º dia abriu uma ferida”, relatou ele, que ainda afirmou ter gastado cerca de R$ 300 mil para custear outras três cirurgias, medicamentos e atendimentos referentes à saúde emocional desde que passou pelas mãos do suspeito.
Grupo no WhatsApp reunindo ex-pacientes
Ainda de acordo com o empresário, durante uma live, ele descobriu que a modelo Sarah Cardoso também passou pelo mesmo problema com o médico. A partir deste momento, eles resolveram criar um grupo no WhatsApp de pacientes do cirurgião.
Hoje, conta o empresário, o grupo já reúne 30 pessoas com complicações semelhantes, embora as infecções sejam por diferentes tipos de bactérias. “Não sabemos de quem é a responsabilidade pela infecção porque aconteceu no ambiente hospitalar, mas a grande falha comigo e com os outros foi a negligência de sempre amenizar a situação”, diz Veraldino.
Cirurgião sob investigação
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que “os casos estão sendo investigados” e que “o depoimento do médico investigado será realizado no decorrer das investigações”. Também em um comunicado, o médico repudiou as acusações e afirmou que pacientes tiveram infecções por conta de bactérias hospitalares e não por falhas cometidas por ele.
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