Na próxima segunda-feira (14), completa-se quatro anos das mortes da ex-vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. De acordo com as informações, apesar deste tempo, boa parte das provas colhidas durante as investigações ainda não foram analisadas pelo Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro, pois o material foi entregue somente na última terça-feira (08) aos promotores.
Segundo informações divulgadas pela “TV Globo”, foram necessários mais de três anos para que a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) enviasse, finalmente, cerca de 1,3 mil arquivos de fotos e vídeos do caso ao MP. Nesses arquivos, constam imagens de câmeras de segurança da Prefeitura, de prédios e hotéis da época do crime. Esses materiais foram anexados a outros 1,5 mil itens investigativos que chegaram ao órgão em 2018.
Além desses arquivos, materiais como documentos, notebooks e cartões de memória, apreendidos na residência de Ronnie Lessa, preso em 2019 suspeito de ter sido o assassino da dupla, também só foram entregues na terça.
Em entrevista à emissora carioca, Bruno Gangoni, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), destacou que a dificuldade para solucionar o crime acontece muito por conta do profissionalismo dos executores.
“A gente está chegando a quatro anos. Se fosse fácil, já teria sido solucionado, a verdade é essa. O profissionalismo dos executores eleva o grau de dificuldade na elucidação do crime. Se os executores fossem amadores, a gente certamente já teria chegado no mandante”, disse.
De acordo com ele, apesar da demora, há um otimismo e a certeza de que o caso será solucionado. “Nós estamos trabalhando de forma ininterrupta até o total esclarecimento da verdade. O trabalho está sendo realizado por pessoas capacitadas e será assim até a completa elucidação do caso”, afirmou.
Motivação política no caso Marielle
Segundo as investigações, apesar de passados todos esses anos, nenhuma linha foi descartada, nem mesmo a que o crime tenha tido motivação política. Neste caso, os dois “suspeitos” poderiam ser Cristiano Girão e Domingos Brazão.
O primeiro é ex-vereador, ex-chefe da milícia da Gardênia Azul, no Rio de Janeiro, e está preso. Ele é acusado de ter envolvimento com Ronnie Lessa e ser o mandante de outro homicídio que teve a participação do suposto executor da vereadora. Por outro lado, Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, também poderia ser apontado como suspeito, pois foi acusado de obstruir as investigações do Caso Marielle.
Apesar de todas as suposições e linhas de investigações, a próxima segunda marcará mais um aniversário da pergunta que nunca foi respondida: “Quem mandou matar Marielle?”.